segunda-feira, 22 de junho de 2009

Shuhari

Shuhari escrito em kanji
Com o Sensei Peté aprendi e entendi, entre muitas outras coisas importantíssimas, o grande valor do Shuhari.
Nas artes marciais este conceito da tradição japonesa tem um valor primordial. Não são poucas as vezes que, durante os treinos no Hombo Dojo da JKA, no Japão, é evocado!
Esta palavra divide-se em 3 partes distintas, mas devem ser entendidas como um todo. Assim temos, Shu – obedecer/proteger, Ha – romper/ modificar e Ri – separar/modificar.
Para mim, e passo bastante tempo a pensar no assunto, é uma concepção sempre actual e devemos transmiti-la a todos os intervenientes nas artes marciais.
O Sensei Peté explica-a de forma muito simples e compreensível. Shu não é mais do que aprender com a tradição, estudar a forma, assimilar os conhecimentos básicos. Ha é romper com essa aprendizagem. Ri é seguir o seu próprio caminho.
Mas não pensem que o Ri está de costas voltadas ao Shu. Não! De forma nenhuma!
Este é o problema de quando os alunos deixam os mestres e seguem o seu caminho. Muitos mestres não entendem esse passo, pensam ser uma deslealdade, desonestidade e ingratidão. Mas também alguns alunos, por acharem saber mais que os próprios mestres, deixam de procurar a fonte de conhecimento. Nestes casos, uns e outros, estão errados e falharam o seu processo de ensino/aprendizagem.
Penso que todos os alunos, e alunos devemos ser sempre (!), com conhecimentos avançados devem sair do ninho e procurar o seu próprio caminho. Se falharem essa fase serão só mais um atrás de muitos outros, vão caminhar no trilho de alguém, nunca no próprio. Mas não cortem com quem vos indicou a via, devemos, sempre que possível, voltar a ele.

4 comentários:

  1. Fiquei pensativo e concordo que estamos nesta vida para alcançar o nosso próprio caminho. Ninguém é perfeito. Vamos em busca sempre do equilibrio.
    Na minha opinião também considero, visto estarmos constantemente(toda a vida)a aprender com tudo e com todos, que devemos ser todos unidos, sem esquecer o passado e quem nos indicou a direcção do caminho.
    Por mais que os outros nos achem tolos ou ignorantes ou impotentes nesta vida, devemos mesmo assim nunca desistir. NUNCA baixar os braços! Esta é a máxima da nossa gratidão para quem, um dia, nos quiz transmitir algo de correcto.
    Até alcançarmos o nosso próprio caminho, coloquemos os "olhos abertos" no modelo forte(na mente também) que está sempre à nossa frente!
    Saudações marciais.

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  2. Concordo plenamente contigo! Só em grupo podemos ir mais longe.

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  3. Amigo Jordão, este teu artigo deve ser lido e relido por todos os praticantes de Karate. O nosso Mestre é e será sempre o nosso Mestre. O círculo que tu explicas desde Shu até ao Ri que regressa ao Shu, é o que nos acontece a muitos praticantes, chegamos a uma fase da nossa vida e pensamos que já podemos voar sozinhos e quando damos conta apercebemo-nos que vamos sempre necessitar de alguém que nos ensine a voar melhor e mais rápido. Se tivermos coragem, como penso que foi o meu caso, regressamos á casa mãe e reiniciamos a nossa via. É como tu dizes e muito bem “Mas não cortem com quem vos indicou a via, devemos, sempre que possível, voltar a ele.”
    José Ilharco

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  4. Sensei Ilharco, infelizmente nem todos têm a sua grandeza, como homem e como instrutor! Muitos passam no karaté sem o compreender, outros nem sabem o que é o Shuahari...

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