Críticas

Muitos de nós, por falta termos de comparação, e sobre tudo pela ausência de humildade e bom senso, pensamos que somos os melhores.

Quantas vezes damos por nós a pensar, ou mesmo falar, mal dos outros? E quantas vezes ouvimos falar mal de nós?

Eu, por exemplo, já não consigo contabilizar a quantidade de ocasiões que ouvi falar mal de mim. Inicialmente ficava abatido, mas fui ficando vacinado e a cada nova crítica destrutiva fazia, e contínuo a fazer, uma introspecção. A determinada fase da nossa vida conseguimos converter as coisas más em boas.

Com vários colegas karatecas já discuti este assunto, e chegamos sempre à mesma conclusão. Na generalidade dos casos quem faz este tipo de crítica destrutiva não tem conhecimento de causa para o fazer.

Muitas vezes, no seio de grandes instrutores, ouço-os afirmar que, não vale a pena falar dos outros, temos de falar é de nós.

Devemos concentrar as nossas críticas para nós mesmos e ter a capacidade de filtrar aquilo que falam de nós.

"Tocas-me no dogi..."

Hoje, durante o treino, recordei umas palavras que ouvi no Japão, proferidas por um amigo meu:

“Tocas-me no dogi, eu toco-te na pele. Tocas-me na pele, eu toco-te na vida!”

Nestas coisas do karaté costuma-mos aplicar o vejo provérbio do"olho por olho, dente por dente”. Nenhum de nós gosta de ficar para trás e quando alguém se estica, nós, assim que possível, retribuímos.

Este comportamento, quando devidamente enquadrado pode ser uma vantagem, pois obriga-nos a uma aplicação constante a nível técnico, táctico e físico.

Devemos, sempre, procurar a competição saudável. Se o fizermos, vamos, certamente, crescer eternamente e fazer amigos por todos os dojos onde passamos.

Conselho Técnico vs Direcção

Nas associações de karaté tem de haver, entre muitas outras coisas, um entendimento perfeito entre o conselho técnico e a direcção. Bem, a mesma ideia estende-se aos clubes e a outras colectividades ligadas à nossa arte.

A política da direcção não pode estar dissociada das intenções do conselho técnico e vice-versa. Caso contrário começam haver atritos que rapidamente podem tomar outras proporções e causar enormes mal-estares.

Todos nós sabemos que, no karaté, pela herança recebida do Japão, o funcionamento institucional é um pouco diferente de todo o resto. Trabalhamos numa estrutura mais vertical e não numa linha horizontal. Penso que, aqui reside o sucesso de países como o Japão, em detrimento dos modelos europeus, e o resultado está à vista de todos, com crises sucessivas e profundas nos nossos países, mas isso são outras conversas.

O conselho técnico e direcção, devem, na minha opinião, ser dois braços de um mesmo corpo e não membros comandados por cérebros diferentes. Mas como em tudo na vida, tem de existir alguém a liderar (cérebro) todo o projecto e colocar em funcionamento todo o corpo.

Agora, encontrar pessoas que gostem de trabalhar em equipa é, a cada dia que passa, mais difícil. Mas, neste momento, fruto da nossa própria educação, as pessoas acham estarem sempre certas, não aceitam críticas e preferem trabalhar de forma isolada.

Nas associações, em tempos de eleições para a direcção, podem haver tensões. Por vezes, esses momentos servem para nos conhecermos melhor uns aos outros. É nas fases difíceis que nos ficamos a conhecer, pois aí mostramos quem somos na verdade.

Tantas vezes, por uma deficiente gestão pessoal, há roturas depois das eleições. É necessário gerir estes momentos com extrema sensibilidade, pois somos poucos, e todos fazemos falta, para levar o karaté ao mundo.

Campeonato da Liga de Shotokan

Hoje, no Ginásio Clube do Sul (GCS), em Almada, realizou-se o campeonato da Liga de Portuguesa de Karaté Shotokan (LPKS).

A organização esteve a cargo do GCS e posso dizer que esteve muito bem organizada, superou as minhas expectativas. Estiveram 4 tatamis sempre em funcionamento, zona de aquecimento, cumprimento das normas (público no local do público, competidores em prova na zona própria, competidores fora de prova em área destinada a eles), plantas a embelezar o pavilhão, árbitros em grande número, aparelhagem sonora, pessoal de apoio, troféus dignos desse nome, etc.

Achei o nível técnico muito bom e a quantidade de competidores em prova bastante acima do esperado por mim.

Saliento o facto de estarem presentes os principais responsáveis técnicos das associações filiadas na LPKS, entre outros os Sensei’s Peté, Ramos, Licas, Chagas, Cardiga, Dinis.

Quem, para encanto de todos, se deslocou ao GCS foi o Presidente da Federação Nacional de Karaté – Portugal, o Sensei João Salgado. No meu entender aA sua presença é muito importante nestes eventos.

Os resultados, sinceramente, não os sei. Mas, na minha opinião, são o menos importante. O convívio de todos é, de facto, o principal. E houve um bom ambiente!

Estas provas servem, entre outras coisas, para seleccionar competidores para o campeonato da ESKA. Claro que, a LPKS não tem verbas para enviar ninguém a nenhuma prova, têm de ser as associações ou próprios competidores…

Estágio da ASKP

O tão esperado estágio de karaté da Associação Shotokan KaratéDo – Portugal (ASKP) decorreu hoje na Marinha Grande e foi um grande sucesso.

Cerca de 270 karatecas, de vários locais do país, de todas as graduações e idades, marcaram presença neste importante evento.

Tecnicamente, a responsabilidade foi dos Sensei’s Peté Pacheco, António Pula, Reinaldo Rodrigues, Júlio Crespo e Luís Bharwany. Mas muitos outros instrutores estiveram no pavilhão da Escola Nery Capucho e ajudaram, com os seus conhecimentos, a engrandecer o estágio. Entre outros, estiveram a dar o seu melhor os Sensei’s Jacinto Carrilho, Bento Ribeiro, José Ilharco, Paulo Colaço, Pedro Carreiro, Aires Gonçalves, Mário Paixão, Norberto Coelho.

Em simultâneo com o seminário decorreram os exames de graduação, de cinto branco (9º kyu) a cinto castanho (2º kyu). Estes exames foram efectuados pelos Mestres Peté Pacheco e António Pula. Claro que, neste tipo de avaliação, nem tudo corre bem e pelo meio lá houve alguns insucessos, mas o rigor técnico, para nossa felicidade, mantém-se.

Depois da parte prática (entre as 10H00 e as 13H30) houve o almoço. Mais de 250 pessoas, praticantes e familiares, almoçaram no Hotel Cristal, na Praia da Vieira. Saliento a presença do Sr Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Dr Álvaro Pereira.

Nas próximas semanas muitos outros estágios vão realizar-se no nosso país, são excelentes ocasiões de mostrar o que o karaté tem de bom.

Gasshuku Hungria

No próximo mês, entre os dias 04 e 06, em Budapest, Hungria, vai realizar-se o Gasshuku organizado pela JKA Hungria.

Convidaram 5 mestres do Hombu Dojo da JKA, nada mais, nada menos que os Sensei’s Ueki, Tanaka, Imura, Shimizu e Inokoshi.

O Sensei Ueki (8º Dan) é o actual Instrutor-Chefe da JKA e o Sensei Tanaka (8º Dan) um dos mais importantes mestres de todo o tempo. O Sensei Imura é um dos 7º Dan’s mais antigos e excelente instrutor. Os Sensei’s Shimizu e Inokoshi são 3ºs Dan e grandes competidores. O primeiro é um dos grandes talentos da actualidade enquanto o segundo é o actual campeão de kumité da JKA e uma esperança para o futuro.

Do programa faz parte a qualificação para examinador, instrutor e árbitro (de D a A), bem como exames de dan (de 1º a 7º).

11th Montreal JKA Summer Karate Camp

Entre os dias 27 e 30 de Maio de 2010, em Montreal, Canadá, vai realizar-se o 11º Montreal JKA Summer Karate Camp. Este evento tem uma particularidade, realiza-se em vários dojos da cidade,

Organizado pelo Club Karaté Westmount, convidaram dois importantes instrutores de karaté, o Sensei Mori (8º Dan JKA) e o Sensei Peté (7º Dan JKA)!

Ora, este facto, o de terem convidado o Sensei Peté para dar o seminário, é revelador do elevado nível atingindo pelo Instrutor-Chefe da JKA-Portugal! Não são todos os instrutores que recebem convites para ministrar cursos no estrangeiro.

Recordo que o Sensei Mori é um dos grandes mestres japoneses da JKA. Há muitos anos que está radicado nos Estados Unidos da América, onde é um dos principais instrutores. Há uns anos atrás esteve no nosso país, onde orientou um estágio na Vieira de Leiria.

Tokyo 2010

As últimas 5 semanas foram passadas em Tokyo, onde, acompanhado de mais dois colegas karatecas (Sensei Reinaldo Rodrigues e o Ricardo Carrinho), voltei a viver excelentes momentos enquanto praticante de karaté.

A primeira semana foi destinada ao curso de instrutores (Gasshuku) enquanto as restantes 4 para treinar nas aulas regulares do Honbu Dojo da JKA.

Para além das aulas no dojo central da JKA, fomos autorizados a treinar nos dojos dos Sensei’s Kawawada (Hoitsugan Dojo) e Naka (em Myogadani).

Pelo meio ainda participámos num treino do Shian Ueki (Instrutor-Chefe da JKA), numa universidade nos arredores de Tokyo.

Foram 5 semanas extremamente produtivas, em que recolhemos grandes ensinamentos da nossa arte.