Código do Karateca no Dojo

Dojo do Sensei Funakoshi, o Shotokan

Este código não é mais do que um conjunto de regras, que tem como objectivo regular o comportamento dos praticantes de karaté.

O karateca, quando entra e sai do dojo, deve saudar o local onde aprende.

Quando entra depois de a aula ter começado, depois de observada a regra anterior, saúda o Sensei. Para tal:

1. Espera por um momento de pausa durante a aula;

2. Pronuncia a expressão oss aquando da saudação ao Sensei;

3. E cumpre os procedimentos éticos do início da aula, depois de entrar no dojo.

Ao juntar-se ao grupo, ocupa a última posição na fila comum.

Evita entradas tardias e saídas antecipadas, assim como saídas temporárias para satisfação de necessidades fisiológicas.

Despoja-se de todos os acessórios de adornos antes de entrar (relógios, fios, etc).

Não deve falar nas aulas, a não ser que seja interpelado pelo instrutor, respondendo nesse caso, em tom baixo e respeitoso.

Durante as explicações técnicas adopta uma posição de respeito.

Usa o karategi bem cuidado e lavado, tratando-o como parte do seu corpo e do seu espírito.

O Dojo

Main Dojo do Honbo Dojo da JKA

O Dojo (do – via, jo – lugar; local do conhecimento) é o lugar destinado à prática do karaté-do. Como tal, merece um comportamento sóbrio, cerimonioso e respeitador, por parte dos seus utilizadores.

O dojo tradicional, despojado de aparelhos e mobiliário, é um lugar repleto de significado quando está em actividade, onde a aparente casualidade assume sentidos, conteúdos e memórias de grande profundidade.

Na parede principal (shomen, que tem o significado de “frente”), estão colocados os símbolos de Budo (espírito das artes marciais) e/ou a imagem do Shian (mestre dos mestres), a quem o karaté-do deve sua existência. São referências de respeito interiorizados na consciência dos praticantes.

Paralelamente à parede shomen, estende-se o eixo longitudinal do dojo, que começa na porta de entrada e termina na outra extremidade, o lugar mais íntimo e pertença do Sempai (aluno mais graduado). Junto à porta ficam os alunos recém-chegados (cintos brancos), mais para dentro, na intimidade do dojo, os cintos negros.

O local mais profundo e interior do dojo é o colo, é o regaço do karaté-do, cuja conquista e merecimento resulta da compreensão e abnegação da arte.

Estágio de Shiai Kumité

Cartaz promocional

Nos dias 26 e 27 de Setembro, no Pavilhão de Santo Tirso, o clube Karaté Shotokan Vila das Aves, organiza um estágio internacional de shiai kumité com o tetra campeão do mundo Christophe Pinna!

Este evento tem o carimbo do Sensei Joaquim Fernandes, entre outras funções, presidente do conselho de arbitragem da FNK-P. De uma coisa estou certo e posso garantir, vai ser um evento de grande qualidade.

Quem tem o gosto da competição é uma excelente oportunidade de treinar com um dos melhores competidores de todos os tempos e aprender formas de conquistar melhores resultados no shiai.

Eu vou fazer tudo para estar presente.

Algum esclarecimento perguntem.

Assembleia-geral da FNK-P

No passado sábado, dia 25, realizou-se a assembleia-geral da Federação Nacional de Karaté – Portugal (FNK-P).
Devido ao pic-nic não pude, para minha tristeza, participar.
Em conversa com o Sensei Peté, fiquei a saber, em linhas gerais, o sucedido.
Um dos pontos principais era a alteração dos estatutos, até porque já havia um prévio compromisso nesse sentido do presidente, Sensei João Salgado, com alguém do governo, penso o senhor secretário de estado.
Estiveram reunidos das 09H30 até às 17H00, sem almoço (!), para proceder a essa alteração, de modo a reunir um consenso alargado, pois eram precisos 75% dos votos.
Já no final, e quando se esperava uma votação consensual, eis a surpresa. Uma das associações mais expressivas (dos árbitros) votou contra e não permitiu aprovação da alteração!
Com esta medida a FNK-P fica em maus lençóis e o presidente numa posição delicada! Pois foi-lhe dada uma data limite para efectuar essa alteração de estatutos e agora é impossível de cumprir! E isso pode comprometer, e de que maneira, questões fundamentais da federação.
Não sou ninguém, mas permitam-me o desabafo. O Sensei João Salgado não merece este tratamento, ele é incansável, desdobra-se em esforços para tudo correr bem, põe de lado cores associativas, trata todos por igual, é imparcial, etc. Mais, para além dele há uma equipa incansável, super esforçados e dedicados ao karaté.
Aos meus olhos a federação nunca trabalhou tão bem e está a melhorar dia para dia.
Parece-me que deve haver algum cuidado por parte destes intervenientes e depois de fazerem borrada de nada servem os pedidos de desculpa…
Agora tem de ser marcada outra assembleia-geral, à qual espero não faltar.Já agora. Parece que o Sensei Elias mantém-se firme e com coragem de chamar a público assuntos bastante pertinentes. Parabéns!

Kumité JKA

Estágio JKA

Sensei Kurassako no Honbo Dojo

É com muita satisfação que aproveito esta forma de comunicação para anunciar o Estágio de Karaté com o Sensei Kurassako.
Esta importante acção de formação, organizada pela JKA-Portugal, está integrada no plano anual das actividades desta associação.
De uma forma geral todos os anos vêm dois instrutores japoneses ao nosso país, um em Outono e outro na Primavera. O Sensei Peté tem a preocupação de fazer uma rotatividade entre os mestres convidados, trazendo em cada época alguém pela 1ª vez ao nosso país.
O Sensei Kurassako, é 7º Dan e um dos responsáveis seniores do honbo dojo, no Japão. Tem um forte relacionamento com o nosso instrutor-chefe, pois são do mesmo curso de instrutores!
Em Novembro vamos ter a oportunidade de poder treinar com este importante mestre. A novidade deste estágio é o facto de uma das partes do estágio (3 dias) serem na Covilhã, sendo a organização do Sensei Ilharco.

Aos praticantes de Leiria/Marinha Grande/Monte Real lanço um desafio, guardem uns dias para ir até à Serra da Estrela e dar todo o apoio aos centros nossos irmãos Covilhã/Belmonte/Unhais da Serra.

Assembleia Geral da JKA-Portugal

Hoje, no Hoitsugan, em Lisboa, decorreu, dentro de grande tranquilidade, a assembleia-geral da JKA-Portugal.

As contas, a integração de uma nova associação e as pequenas alterações propostas pela direcção, foram aprovadas por unanimidade.

Desta assembleia saliento o facto de a JKA ter agora mais um grande grupo de karatekas, a Associação Portuguesa de Clubes de Karaté (APCK).

A APCK, fez-se representar pelo seu instrutor-chefe, o Sensei António Regadas, e por um outro instrutor da zona de Lisboa, o Sensei António Pereira.

O Sensei Regadas é 6º Dan e uma das referências do karaté nacional. Responsável técnico da APCK, tem um vasto leque de clubes, instrutores e praticantes distribuídos por vários pontos de país, incluindo a ilha da Madeira.

A sua coragem demonstrada ao filiar-se na JKA é sinónimo de uma enorme grandeza, aceitando, com grande serenidade, mais este desafio na sua vida de karateca.

Conheço-o de vista há vários anos, devido à participação de ambos em actividades da Federação Nacional e tenho de dizer publicamente que, sempre tive a melhor ideia dele. Agora, há cerca de 2 meses, tive o prazer de conhecer pessoalmente, acreditem, ele é um dos bons instrutores nacionais e tem um grande carisma e valor.

Ao Sensei Regadas, seus instrutores e alunos, quero desejar pessoalmente as boas vindas e muitos sucessos na JKA.

Oss!

Pic-nic do Karaté

E o pic-nic de 2009 já era…

Foram várias horas de muita comida (dava para outro tanto…), alguma bebida, de brincadeiras, música de qualidade, muita conversa e animação.

Estivemos unidos, sem divisões de qualquer ordem, em harmonia. Naturalmente formámos um grupo e foi uma tarde bastante agradável.

Nestes momentos conhecemo-nos melhor, pois trata-se de um convívio fora do dojo e em circunstâncias diferentes das habituais. A malta entorna uns drink’s, liberta-se e mostra-se. Contam-se histórias, trocam-se experiências, fazem-se planos, entre muitas outras coisas.

Não contei os participantes, mas penso terem sido mais de 80. Notou-se a falta de algumas pedras basilares, mas neste período há muita gente de vacances e não há data ao jeito de todos, paciência.

O Andrew e o André Figueiredo foram uma surpresa! Nunca pensei serem uns músicos tão talentosos. Parabéns! Tocam e cantam à maneira, fiquei de boca aberta…

Gostei muito do discurso do Sensei João Rosa, sempre ao seu melhor nível. As suas palavras tocaram-nos a todos, simplesmente genial.

A boa disposição do Sensei Ilharco, Edgar e Magalhães são contagiantes e ninguém fica indiferente!

Os mais novos deram largas às brincadeiras, andaram por todo o lado e portaram-se de forma exemplar. Até pareciam karatecas e filhos karatecas, várias horas juntos e o maior respeito entre eles, sem uma única zanga!

Eu diverti-me imenso e já estou em contagem decrescente para o pic-nic do próximo ano.

Acabo com uma frase do meu amigo Paulo Beltrão: “estivemos juntos!”.

Treino Sensei Pula

Sensei Pula

Ontem, o Sensei Pula , esteve, mais uma vez e a última desta época, a dar treino em Leiria. Mais uma vez, para nosso contentamento, o Sensei Alexandre Cabrita acompanhou-o e ajudou a dar a aula.

Com grande parte dos praticantes já de férias, ainda assim marcaram presença, entre a aula das crianças e adultos, 50 karatecas.

Nas fileiras estiveram alguns instrutores de outros dojos, nomeadamente de Almada, Covilhã, Ericeira, e Laranjeiro. Com muito prazer tivemos 3 colegas, e já amigalhaços, de outra associação que são excelentes praticantes e com um nível técnico muito bom. Não é fácil encontrar karatecas com esta coragem!

Quanto à matéria de treino posso dizer ter sido uma aula em cheio e no final os gi’s não enganavam, estavam encharcados em suor. Sempre com a preocupação da respiração e rotação das ancas, foi o mae geri a técnica escolhida para desenvolver.

E quando o Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé. Então, e porque ainda não tivemos (nós de Leiria, Marinha Grande e Monte Real) tempo para ir ao dojo do Sensei Pula fazer borrachinhas, ele surpreendeu-nos e trouxe as borrachas. Ninguém me tira da mente que foi ideia do meu grande amigo Gato!... Mas valeu mesmo a pena! Obrigado.

Depois lá rumámos até ao Restaurante Jota, onde, como é hábito, o Carlos tinha preparado um belo jantar. Mais, ficou marcado um “treino especial” em Agosto, na adega do Jota! Lamentamos mas não vai ser para todos, lá diz o ditado: quem não trabuca, não manduca!

Quem não conseguiu fazer a aula de ontem com o Sensei Pula tem, na próxima época, 11 oportunidades para o fazer. Os treinos vão ser marcados, como é costume, sempre na última sexta-feira de cada mês.

Hugo Soares

Hugo Soares

Hoje recebi, do meu grande amigo Sensei João Cardiga, Instrutor-Chefe da ANAM, mais uma excelente notícia.

O Hugo Soares, daquela associação, no fim-de-semana passado, no Campeonato Europeu Universitário, em Córdoba (Espanha), conseguiu um brilhante 2º lugar em kumité individual masculino +84Kg!

O Hugo, que actualmente está a estudar na Alemanha – a fazer tese de mestrado, continua em boa forma e é a prova provada que quando queremos há tempo para tudo! Está a tirar o mestrado e continua a treinar!

Prometo que um dia destes escrevo umas linhas sobre este excelente karateca, e tenho muito para contar, pois ele é realmente um fora-de-série!

Quero dar os parabéns ao Hugo, ao Sensei Cardiga e à ANAM!

Oss!

Associações de Karaté

Alguns dos instrutores da ASKP

Actualmente, em Portugal, devem existir mais de 100 associações de karaté!

Nascem parecem cogumelos! A moda parece que pegou e hoje em dia é vulgar um instrutor chatear-se com os colegas, conselho técnico ou dirigente e abrir uma associação.

Eu acho que esse é o caminho mais fácil, ser dono do próprio nariz, não ter de prestar contas a ninguém, fazer o que lhe apetece, marcar as actividades ao seu gosto, etc. E depois são os galos da capoeira e rodeiam-se de frangotes que não sabem nada de karaté e moldam-lhes a cabeça… Fazendo-os acreditar serem os melhores do mundo!... Mais ainda, mentem-lhes e fazem-nos crer que os outros não prestam, são maus, sem valor…

Mas será correcto? Definitivamente não! O caminho mais fácil não nos leva a lado nenhum e, como tudo na vida, temos de combater juntos e caminhar em grupo.

Mas para que serve uma associação? Claro, para ajudar e defender os associados! Mas isso passa-se na maioria delas? Pois é, não! Elas servem o chefe, o boss, o galo… Em muitos casos recolhe os dividendos, coloca-os no bolso e lamenta-se aos demais que o dinheiro não chega! Então e os associados? São manipulados à bruta, pagam as quotas e ai de quem reclame! Na minha opinião essas colectividades deviam ter o nome de uma empresa, pois visam dar lucros a uma pessoa…

E a direcção dessas associações? Geralmente são praticantes ou instrutores facilmente manipulados e que fazem tudo ao jeito do instrutor-chefe.

Eu pertenço à ASKP, dela posso e vou falar. Sabem que todos anos envia, com tudo pago, instrutores ao Japão para ali treinarem uma semana no Honbo Dojo. Subsidia instrutores nos cursos de treinadores da federação nacional, nos cursos da arbitragem da federação e liga de shotokan. Subsidia competidores e árbitros nas provas internacionais. Ministra ao longo da época aulas de instrutores a custo zero. Suporta os custos de instrução dos estágios regionais e os lucros são para os centros que organizam. Estas são, entre outras, algumas acções destinadas aos associados.

Agora pergunto, até porque todos nós conhecemos algumas associações por aí, todas fazem isso? Algumas fazem, outras nem por isso…

Felizmente muitos de nós estão acordar e a começar a questionar…

Sensei Gichin Funakoshi

Sensei Funakoshi

Nasceu em Novembro de 1868, na província de Shuri, na ilha de Okinawa, e faleceu a 26 de Abril de 1957, com 88 anos, em Tokyo.
Iniciou o treino de karaté ainda em criança, com 12 anos, tendo como mestres Itosu, Matsumura, Yasuzato e, principalmente, Azato.
Aos 20 anos recebe o diploma de professor primário e começa a leccionar até 1921, quando se dedica a tempo inteiro ao ensino e divulgação do karaté.
Fez a sua 1ª viagem ao Japão “continental”, à ilha de Honshu, em 1917, quando realizou uma demonstração de karaté no centro de treino Butoku, em Kyoto. Mas é em 1922, sua 2ª viagem à ilha principal, na primeira exibição atlética nacional, que a sua vida muda de rumo.
Acaba por se fixar na capital nipónica onde abre a sua escola de karaté. Devido ao seu pseudónimo, costumava assinar os seus poemas como Shoto (pinheiro manso) os seus alunos e amigos baptizam ao seu dojo de Shotokan (kan – lugar de treino), surgindo desta forma o estilo Shotokan. Mais tarde o dojo ardeu num dos incêndios provocados pelos bombardeamentos da II Guerra Mundial, sendo uma perda brutal para todos nós.
Teve vários alunos muito importantes, sendo os mais relevantes o seu 3º filho – Gigo Yashitaka, Nakayama e Otsuka (fundador do estilo Wado-Ryu). Este último o seu principal assistente nas suas viagens de divulgação da arte.
Em 1949 cria a Nihon Karaté Kyokya (Japan Karaté Association - JKA), sucedendo-lhe um dos seus melhores alunos, Sensei Nakayama.
Era um homem extremamente humilde. Preconizava e praticava a humildade, baseada na simplicidade, aliada à verdadeira perspectiva das coisas e plenamente consciente.

Karaté Budo

Instrutores da JKA-França no Honbo Dojo da JKA

Quero partilhar convosco algumas das principais preocupações dos karatecas defensores da “linha” Budo, onde me incluo.
Volto a chamar este assunto a público depois de ter lido o artigo do Sensei Daniel, instrutor-chefe da JKA-França, publicado na Shotokan Karaté Magazine.
No texto do Sensei Daniel são focados alguns problemas do karaté actual, mas mais importante é o facto de apresentar soluções, que os responsáveis pelas federações insistem em não ouvir...
Vários pseudo-instrutores, ao aperceberem-se da importância do verdadeiro karaté, usam o nome da arte associado a outras actividades desportivas (por exemplo: body karaté, baby karaté, karaté contact, etc). A ideia não é mais do que enganar os seus alvos, onde se incluem os pais das crianças, empresas (patrocinadoras) e até organismo públicos. Mas estes falsos karatecas mantêm a sua actividade sem qualquer fiscalização, porque falta-nos a nós, e contra mim falo, coragem de denunciar e participar às instituições competentes.
E lá voltam à baila as competições. Aquelas cujos fins justificam quaisquer meios. Onde só a medalha conta e não há preocupação com a formação do aluno. O praticante passa a chamar-se jogador! E a estatística, ainda que feita ao jeito, é o objectivo principal. As mesmas que chamam coach ao sensei. Vou ser sincero, recuso-me determinantemente a chamar jogador a um praticante de karaté e jogo ao kumité!
E quando o competidor já não rende? É descartado e retratado como figura do passado. E as medalhas? Lá ficam penduradas com o valor que têm… Lá diz o ditado: vão-se os dedos, ficam os anéis... Não importa se perdem um praticante, desde que ganhem uns troféus.

A disciplina é remetida para 2º plano e passa a valer tudo, treinar com MP3, falar alto no dojo, não fazer saudação, comer e beber nos treinos, etc.
Mas os gritos de revolta e alerta, pela situação do karaté actual, são cada vez mais e soam bem alto e já não são possíveis de calar!
De uma coisa não tenham dúvida, o budo continua e está a ganhar força no karaté! E a JKA, felizmente, faz disso o seu cavalo de batalha!
Das palavras escritas pelo responsável da JKA-França há uma curiosidade que faço questão de mencionar e um dia destes vou desenvolver. Ele, lá em França, reconhece o trabalho feito pelo instrutor-chefe da JKA-Portugal, enquanto nós cá preferimos continuar a ignorar e fingir não saber.
Se puderem leiam aquelas palavras, são oportunas e estão cheias de sentimento!

Oss!

É uma das palavras mais utilizadas pelos karatecas e pertence à linguagem universal do karaté. Nela estão implícitos sentimentos de agradecimento, desculpa ou compreensão.

Tem origem em duas expressões distintas, Osu e Shinobu. A primeira significa pressionar, a segunda significa suportar. Pode traduzir-se como “perseverança sob pressão”. Também está associada à virilidade, força interior, empenho, esforço, etc.

Foi criada no meio militar, concretamente na Escola Naval Japonesa, tendo sido adoptada pelo karaté.

Não deve ser dita de forma simples, mas sim, com vigor e sentimento, fazendo a contracção do baixo-ventre.

Kagami Biraki

Saudação no kagami biraki, Honbo Dojo da JKA - Tokyo

Ontem, a determinada altura fiz referência ao kagami biraki.

Essa importante festa tradicional japonesa, adoptada pelo Grande Mestre Jigoro Kano, fundador do Judo, e posteriormente por todas as artes marciais nipónicas, tem um profundo significado para todos os praticantes de Budo.

Significa abrir, partir ou polir o espelho e realiza-se no mês de Janeiro, em diferentes datas, consoante a zona do Japão.

Reza a história que o quarto shogun Tokugawa foi o primeiro a iniciar esta cerimónia, há cerca de 300 anos, abrindo um barril de sake para brindar com os seus homens antes de uma importante batalha, que ganhou, originando a tradição.

Realiza-se nos dojos e tem como objectivo renovar e fortalecer o espírito dos praticantes, a entrada do novo ano e fazer o balanço da época anterior.

O dojo enche-se de familiares e amigos que assistem à aula, uma amostra dos treinos do dia-a-dia, e são realizadas pequenas demonstrações.

Depois, ainda no dojo, vem o jantar, os discursos, os gritos de guerra, a partilha de histórias e o convívio entre todos.

Ainda hoje no Japão, no kagami biraki, depois do treino, quebra-se um barril de sake, faz-se um brinde e partilha-se a bebida.

Final de Época

Cerimónia do Kagami Biraki

Estamos em fim de época, o verão chegou e muitos de nós já estamos com os pés à beira mar.

É tempo para fazer contas à vida. Analisar o ano desportivo, enquanto praticantes, instrutores, dirigentes, árbitros, etc.

É uma fase gira do ano, mas será a melhor para essa finalidade?

Eu preferia outra, Dezembro. Partilho a opinião de um vasto grupo de karatecas, os quais pensam que a época desportiva deve coincidir com o ano fiscal, de Janeiro a Dezembro. Em breve, espero eu, também a Federação Nacional de Karaté vá passar a operar dessa forma.

Nesta altura estamos todos saturados e fartos de tudo e todos! O karaté começa a ficar para segundo plano e as férias apoderam-se da nossa mente e não nos deixam pensar. Com o bom tempo lá vem o empenhamento noutras actividades esquecidas durante o resto do tempo.

Em Dezembro o espírito é diferente e parece-me ser o momento mais adequado para a introspecção, e em Janeiro lá aparece o kagami biraki. Ainda não estamos pelos cabelos com o trabalho/karaté e o frio faz-nos estar mais tempo no nosso território.

Mas estamos em final de época e ponto final. Ontem tive uma reunião de direcção da ASKP, onde fizemos o balanço. Vou deixar esse assunto para breve, depois de sairem publicamente os resultados. Mas posso adiantar que, foi um ano, para a ASKP, formidável!

Devido à reunião não pude participar no estágio do IKC, onde o Sensei Zé Luís, apresentou uma nova kata! Não sei que kata é essa, se criada por ele, descoberta em algum documento antigo ou aprendida com um grande mestre. Estou curioso...

Kumité

Este é nosso kumité! Sempre na procura do ippon.

Curso da JKA

Chubachi, Jordão e Yamada (os 2 actuais formandos do curso da JKA)

A JKA, no seu Honbo Dojo, em Tokyo - Japão, forma instrutores de karaté, segundo critérios rigorosíssimos, estipulados pelo Shiankai (conselho técnico), que garantem a continuidade da qualidade dos seu formados e da própria escola.

O curso, com a duração de 3 anos, é considerado o melhor do mundo e anualmente uma série de candidatos submetem-se a difíceis testes para poder entrar. Muito poucos apresentam condições de admissão e a própria JKA, para garantir uma qualidade superior dos formandos, aceita um número muito reduzido de aspirantes a instrutores.

São 3 longos anos de estudo e treino, orientados pelos instrutores residentes, e sob uma enorme pressão mental e física.

Diariamente, ao fim da manhã, os treinos no 4º piso com os instrutores são extremamente fortes e habitualmente provocam lesões físicas.

A matéia de treino é aprofundada até aos mais ínfimos pormenores e baseiam-se nos estudos e prática dos nossos antepassados, os grandes mestres da JKA.

Por vezes, muito raramente, os estrangeiros (denominados gaijin's) são aceites no curso. Foi o caso do Sensei Peté, que, em 1977, a convite do Sensei Nakayama, ingressou nessa dura aventura. Aguentou a tarefa e hoje é reconhecido como um dos melhores instrutores JKA, sendo dos raros, a nível mundial (!), a obter a letra A como instrutor/examinador/árbitro!

Quem acaba com aproveitamento são, na minha opinião, verdadeiros heróis. Acreditem, aquilo não é para todos! É preciso uma grande dose de coragem para enfrentar diariamente todos aqueles instrutores, é que eles não facilitam mesmo nada!

Neste momento o honbo dojo tem 27 instrutores residentes e 2 formandos, que frequentam o 2º ano do curso.

Dojo Hoitsugan

Yahama Sensei, Kawawada Sensei e Jordão no Hoitsugan

É o mais emblemático dojo de shotokan do mundo!

Hoitsugan significa Esperança. Não podia haver nome mais adequado àquele espaço, exclusivo para a prática de karaté.

Criado pelo Sensei Nakayama, em Ebisu - Tokyo, o local escolhido foi uma cave de um prédio habitacional, onde residia. Albergou um grande número de karatecas de todo o mundo! Naquele local, nas décadas de 60, 70 e 80, encontravam alojamento (numa camarata), por vezes comida (genorosidade da esposa do Sensei) e um grande mestre que os ouvia e lhes dava excelentes aulas de karaté.

Quem ali conviveu com o Sensei Nakayama, e com os outros instrutores daquela época, conta histórias fabulosas de inúmeros episódios!

Covergiam, de todo o mundo, muitos praticantes na "esperança" de poder colher ensinamentos de karaté. Este dojo transformou-se um verdadeiro porto de abrigo do karaté.

Está repleto de simbolismo, nele sentimos fortes emoções! Não é um espaço qualquer! O chão, ainda original, está polido de tanto treino. Num canto, um armário com publicações antigas de todo o mundo sobre karaté, um verdadeiro museu... O "altar" permanece inalterado, com os símbolos do Budo bem presentes. Quem segue o caminho desta arte e entra naquele santuário não consegue ficar indiferente, ali respira-se karatédo!

Com a morte do Sensei Nakayama, sucedeu-lhe, no Hoitsugan, o Sensei Kawawada.

Existe uma associação mundial dos karatecas que treinaram neste dojo.

Ainda hoje, poder recolher ensinamentos ali é uma benção.

Pic-nic

Sábado, dia 25 de Julho, pelas 12H00, junto à Ponte Nova, na Mata de São Pedro de Moel, vai realizar-se o tradicional pic-nic do karaté.
Organizado pelos centros da Marinha Grande, Monte Real e Leiria, esperam-se muitas dezenas de participantes e uma grande animação.
Cada um leva o seu farnel e a “ferramenta” necessária.
Já tenho em mente a prática de alguns jogos! Preparem-se!
Quem tem boa disposição e gosta de um bom convívio apareça! Alguma dúvida contacta os responsáveis dos dojos.
O Sensei Ilharco já confirmou a presença!

Sensei Enoeda

Sensei Keinosuke Enoeda

Hoje tive a grande honra de receber este texto do meu amigo Sensei Ilharco. Tenho o privilégio de o poder colocar no blog, pois é um importante documento sobre um dos grandes mestres de karaté, escrito por outro grande instrutor. Sensei Ilharco, muito obrigado por partilhar connosco os seus sentimentos!

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Terminada mais uma época desportiva de karateca e iniciando um pequeno período de repouso e meditação (o fortalecimento do espírito também é necessário), dei comigo a recordar o passado.

Como não podia deixar de ser, veio-me à memória as pessoas que mais influenciaram a minha vida. Entre elas, recordei um grande Homem que inspirou gerações de praticantes de karaté, ensinando-lhes os seus mais elevados elementos.

Sensei Keinosuke Enoeda.

Embora recorde sempre Sensei Enoeda como um karateca formidável, que não tinha rival em termos técnicos, com uma energia vibrante e um carisma puro que chamava imediatamente toda a atenção sobre si pela sua presença e pelo seu poder, recordo-o principalmente pela sua maneira de ver a vida e o seu modo de nos transmitir as suas ideias.

Não ensinava, ajudava-nos a aprender.

Fazia-nos pensar e não decorar as técnicas.

Fazia-nos sentir e amar o que ele tanto amava.

Após os estágios, ficava-mos vários dias a pensar nos seus ensinamentos. Recordo com saudade os seus estágios aos quais todos acorríamos com entusiasmo.

Repouse em paz SENSEI, deixou cá muitas saudades.

Para terminar, o que posso dizer a quem lhe queira fazer um tributo é… lembre-se sempre do que ele lhe ensinou, e continue o seu ensinamento com uma atitude correcta.

Livro Bushido

Capa do Livro

Este livro, escrito em 1899, por Inazo Nitobé, chamado Bushido – A Ética dos Samurais e a Alma do Japão, é uma referência para muitos dos grandes mestres de karaté.
Bu – militar, shi – cavaleiro e do – modos, mas, como o próprio autor traduz, “são os modos que os nobres combatentes devem observar, tanto na vida quotidiana como na vocação, em suma, os Preceitos de Fidalguia”.
Vários instrutores japoneses afirmam tratar-se da sua leitura de mesinha de cabeceira! Muitas noites, antes de dormirem, lêem pequenos trechos e concentram-se neles.
O Sensei Peté, há umas semanas atrás, mais uma vez, falou-nos da importância desta publicação. A direcção da ASKP achou por bem adquirir esta obra e oferecê-la a todos os instrutores da associação. Em boa hora o fez, pois trata-se de um documento valioso para a compreensão do Budo.
Ainda não completei a leitura, mas pelo que li recomendo. A editora é Esfera do Caos.

Sarau ARDOG

Classe dos adultos

Ontem, nas instalações da ARDOG, mais concretamente no parque de estacionamento, realizou-se o V Sarau da colectividade.
A secção de karaté, como não podia deixar de ser, associou-se às outras actividades e fez uma demonstração para o público ali presente.
Dividimos o grupo em duas partes, as crianças e os adultos.
As 7 crianças presentes, a julgar pelas críticas ouvidas, estiveram muito bem. O público manifestou admiração pela disciplina e empenho demonstrado antes, durante e depois da exibição. Também o nível técnico foi salientado por alguns conhecedores. As palavras ouvidas por nós deixam-nos orgulhosos dos nossos “juniores”.
Os adultos, cerca de 20, foram fabulosos! Treinámos muito pouco para a demonstração, mas saiu tudo de forma exemplar. Houve algumas hesitações no kihon, mas a coreografia não era nada fácil. Nas katas ninguém se enganou e o kumité deu direito a uns toques e tudo…
O convívio entre todos revelou-se o grande vencedor deste sarau. Vi amigos da minha adolescência que não lhes punha a vista em cima há 15 – 20 anos!

Bubishi

Uma das figuras do livro

Bubishi é um livro de artes marciais, escrito em chinês. Bu – militar, bi – preparação e shi – registo, então, podemos traduzir para “Manual de preparação militar”.
Considerado como a bíblia das artes marciais, desenvolvido a partir do kempo chinês, do estilo garça branca, por autor desconhecido e escrito em local incerto, tem sido objecto de estudo por parte das mais importantes figuras do karaté.
Nele constam ensinamentos práticos de combate, de preparação física, códigos éticos marciais, estratégia, pontos vitais, medicina tradicional chinesa e técnicas letais para o combate.
Durante algum tempo, este documento foi copiado pelos alunos mais confiáveis e guardado em segredo, presumindo-se ser uma das razões pela qual não se conhecem pormenores do seu autor e percurso efectuado até chegar ao Japão.
Uma das teorias aponta para a chegada dos textos a Okinawa pela mão de Mestre Matsumura Sokon e difundido pelo Mestre Itosu Anku (mestre do Sensei Funakoshi). Os criadores dos principais estilos de karaté, Mabuni Kenwa (shito ryu), Chojun Miyagi (Goju ryu), Gogen Yamaguchi (Goju kai) e Gichin Funakoshi (Shotokan), também terão feitos cópias e transcreveram partes dos textos nas suas obras.
Esta valiosíssima obra tem um capítulo com ilustrações de dois lutadores a aplicarem técnicas, outro sobre medicina tradicional chinesa (acupunctura, cura de doenças e ferimentos), kyusho (ou uma forma primária, onde ensina a provocar problemas respiratórios, inconsciência, paralisia e morte) e até katas.

Devido ao desaparecimento e transformação de alguns caracteres chineses não foi possível traduzir parte de textos, perdendo-se muita informação.

Resultados do curso JKA

Sensei Peté Instrutor/Examinador/Árbitro letra A da JKA

Hoje de manhã foram publicados os resultados do curso da JKA-Portugal.
Esta formação, com três áreas diferentes - instrutor/examinador/árbitro, decorreu durante 3 anos, ministrada pelos Sensei's Peté e Pula.
No final de cada ano fomos avaliados, a nível teórico e prático.
Começámos 104 instrutores de vários pontos do país e de várias associações filiadas na JKA, terminámos 32. As desistências de alguns colegas já eram esperadas, estes cursos não são para todos e ter de treinar e estudar karaté, na cabeça de muitos, é uma grande chatice. E depois também temos os mestres... Então um mestre tem de se sujeitar à apreciação de outros?! E tem de treinar?! E estudar?! E misturar-se com os mais novos?! E ser chamado a fazer perante os outros?! Pois é, há por aí uns mestres destes, que, coitados, já não precisam de treinar...
Mas voltando aos resultados. Não vou esconder o meu contentamento por ter atingido a letra E nas 3 áreas. Mas, no meu entender, estamos todos de parabéns!

Agora os letra E podem submeter-se a exame nos cursos da JKA-Europa ou no Honbo Dojo no Japão.

Na próxima época continua o segundo curso e inicia-se o terceiro.

JKA

É bem certo que associações de karaté há muitas, mas haverá alguma semelhante à JKA? Na minha opinião, não! Impossível!
Há imitações, cópias, reproduções, réplicas, mas não passam disso mesmo...
Há homens que vão fugir eternamente da verdade, outros nunca vão ter a coragem de aceitar a realidade, muitos vão continuar a viver de ilusões... Por incrível que pareça, e a saberem onde está o karaté real, vão continuar andar na folhagem, quando podiam mergulhar nas raízes e conhecer o verdadeiro KaratéDo.
Hoje descobri, por mero acaso, este vídeo. Ao ver algumas imagens fiquei arrepiado e senti uma nostalgia e saudade enorme...
Estou certo de uma coisa, durante muitos mais anos o Hombo Dojo da JKA vai continuar, como o sempre fez, a formar os melhores mestres de Shotokan do mundo! É, sem sombra de dúvida, a melhor escola de karaté! Lá o treino está acima de tudo, não há espaço para mentiras, enganos e maus entendidos!
Podem-me dizer o que quiserem, mas JKA há só uma!
Por favor, não se enganem a vocês próprios.

Sun-dome

Sun é uma medida japonesa que equivale, sensivelmente, a 3 centímetros. Mas Sun-dome tem um conceito mais alargado, significa interromper a técnica imediatamente antes de contactar o nosso adversário/oponente.
Está, de certa forma, em oposição ao kimé. Apesar de haver propósitos diferentes entre estas duas ideias, a verdade é que têm de estar em sintonia. Conseguir o equilíbrio entre eles faz-nos aumentar o controlo de nós próprios.
Essa interrupção da técnica, a uma distância curta e pré-estabelecida mentalmente, proporciona um obstáculo ao praticante, mas permite treinar sem limites e evoluir em consonância com uma das máximas do karaté, o auto-controlo.
Ao aplicar o sun-dome o perigo é afastado dos treinos e dificilmente haverá acidentes.

Estágio

Sensei Kurasako (7º Dan JKA)

Há uns dias escrevi sobre a pretensão em organizar um estágio internacional.
Ontem, em conversa com o Sensei Peté, eu e o Sensei João Rosa, recebemos carta branca para avançar com o planeamento do evento.
Mais, as condições são bem vantajosas e temos uma margem de manobra enorme.
Não vamos esconder a euforia que sentimos em poder preparar tal actividade, as nossas cabeças já estão a 200! De uma coisa estamos certos, se esse estágio se realizar, e esperamos bem que sim (!), o pessoal vai adorar os instrutores indicados por nós!... Vão ver e treinar um karaté muito à frente!
Para já, e porque o segredo é a alma do negócio, e por ainda estar tudo numa fase embrionária não indicamos mais nada.
De qualquer forma a JKA-Portugal vai avançar para a próxima época (2009-2010) com dois estágios, ministrados, como é hábito, por dois instrutores japoneses. Confirmada já está a vinda do Sensei Kurasako em Novembro.
Agora a bola está do nosso lado!...

Keiko Osame

Este foi o grupo de treino

As artes marciais japonesas têm algumas tradições desconhecidas da maioria dos ocidentais.
Um dos costumes é, no final do ano, haver o último treino, o Keiko Osame. Não é uma aula qualquer, é um momento marcante, cuja intimidade entre os praticantes e instrutores é fortíssima.
Em 2006, tive a sorte de participar, no Hombo Dojo da JKA, a esse momento, vou lembrá-lo para sempre! Foi uma aula muito forte, ministrada pelo Shian Sugiura, com bastante kumité, cujos parceiros de treino foram os instrutores residentes! No final alguns de nós estávamos marcados, mas, e ao contrário do que se possa pensar, orgulhosos de ter aguentado… Ninguém guardou rancor (também não valia a pena!), enterrou-se o machado de guerra e lá fomos fazer uns “campais” até às tantas…
Curiosamente, e nós os portugueses somos mais papistas que o Papa, nunca optámos por implementar essas importantes tradições. Ainda não percebi porquê!
Ontem, no Hoitsugan, a segunda quarta-feira do mês, houve o habitual treino com instrutores de vários pontos do país. Por a época estar a terminar anunciámos o nosso Keiko Osame! Treinámos forte e a casa esteve cheia de gente boa, mas, ainda assim, notou-se a ausência de alguns instrutores.
Na próxima época estamos a pensar seriamente em implementar o Keiko Osame no plano de actividades de Leiria/Marinha Grande/Monte Real.

Kimé

Sensei Yashitaka a treinar no makiwara

No dia-a-dia os nossos instrutores estão sempre a pedir kimé durante a execução técnica, seja no kihon, kata ou kumité.
Podemos dizer que é a concentração de força máxima no momento do impacto, ou seja, no menor período de tempo. Há quem traduza como poder penetrante.
Técnicas com kimé estão associadas aos kiais, dessa forma a potência aumenta significativamente, pois é transferida energia a partir do tanden. Também a posição das pernas tem grande influência, por essa razão é importante manter uma postura correcta e saber tirar partido das pernas, pés e ancas.
Para conseguir aumentar o kimé a concentração mental é de extrema importância, pois há a necessidade de colocar intenção durante a execução dos movimentos.
Uma das formas de fazer aumentar a concentração energética é treinar no makiwara.

Kuro Obi

Este filme é já uma referência mundial do karaté. Traduzindo à letra kuro é preto e obi é cinto, podemos dizer cinturão negro.
A película retrata a vida do karaté nos anos 30, em que dois discípulos, com visões diferentes do karaté, disputam o cinto negro do seu mestre.
Filmado sem efeitos especiais e sem duplos, a crítica afirmou tratar-se ser uma película gravada com verdadeiros mestres de karaté. Não é uma produção de Hollywood, as lutas são possíveis e cheias de realismo.
O karaté ficou a ganhar com este filme, pois retrata os seus valores mais filosóficos. Também a JKA ficou valorizada com esta fita, mostrou um dos seus grandes instrutores, o Sensei Naka.
Pessoalmente gostei muito do filme e aconselho todos a ver. Infelizmente ainda não foi distribuído em Portugal.
Catapultou o Sensei Naka (no filme é o Taikan – o mau da fita…) para o estrelato, mas nós que o conhecemos já lhe conhecíamos o seu grande valor.
No youtube podem ver excertos e o making off. Segue um pequeno excerto.

Perfecting Kumité

Capa do livro

Na passada sexta-feira, no decorrer do jantar do estágio da Covilhã, o Sensei João Rosa ofereceu-me o magnífico livro do Sensei Masahiko Tanaka, Perfecting Kumite.
Este gesto deixou-me sem palavras e surpreso!...
Por muito que viva nunca vou conseguir retribuir ao meu Grande Mano tudo o que tem feito por mim! A ele devo o excelente momento que atravesso na minha vida de karateca!

Este artigo é o mais pequeno que escrevi, mas, acreditem, está repleto de fortes e sinceros sentimentos.
Mano, muito obrigado por tudo e
Oss!

Demonstração em Monte Real

O grupo da demonstração

Ontem, à tarde, no jardim de Monte Real, durante as tasquinhas, fizemos uma demonstração, com os praticantes mais novos da escola de karaté daquela vila.
Com técnicas, katas e kumité básicas, todos se empenharam a fundo e no fim as criticas foram positivas.
São momentos de mostrar aos de fora algumas das muitas coisas boas que o karaté tem.
Já temos miúdos com muita qualidade e devido a isso fiquei com a sensação de poder treinar outras coisas e no futuro fazer demonstrações mais elaboradas. A verdade é que não abdicámos dos nossos treinos e a preparação para a exibição resumiu-se a poucos minutos no início de meia dúzia de aulas.
Os pais, e tem sido uma constante, estiveram em peso e trouxeram amigos e familiares com eles, contribuindo para o sucesso desta mostra de karaté. Muito obrigado pelo vosso empenho!
Mas os actores principais foram as crianças! Estiveram muito disciplinados, antes, durante e depois da actuação! Não é bom ver a rapaziada assim? Fizeram tudo certinho direitinho, como planeados e os nervos iniciais evaporaram-se de imediato, eles querem é treinar! No fim senti um grande orgulho em ter tão bons alunos. Muito obrigado!
Resta-me agradecer à junta de freguesia de Monte Real o convite.

Estágio da Covilhã

Foto do grupo

O tão esperado estágio da Covilhã cumpriu-se como planeado.
Na sexta-feira, eu e o Sensei João Rosa, lá rumámos até Tortosendo, onde fomos, mais uma vez, muito bem recebidos pelo Sensei Ilharco. Curiosamente fizemos grande parte do caminho na companhia do Sensei Pula, encontrámo-nos na A23…
A nível técnico este estágio teve um nível extraordinário! O Sensei Pula aplicou-se a fundo e prendou-nos com exercícios fabulosos, sequências pouco habituais e kumité forte.
O meu grande amigo Hugo Gato marcou presença, como tem vindo a ser hábito (!), e ajudou a corrigir os colegas de treino. Publicamente tenho de agradecer ao Gato todo o esforço, e não é pouco, que tem feito para me ajudar a superar as dificuldades do meu karaté!
Voltando ao estágio. Os treinos foram no pavilhão local, um edifício antigo mas com um piso muito bom, bancadas para a assistência, balneários suficientes, temperatura ambiente perfeita, etc. Eu gostei do espaço.
Apesar do verão e haver muita gente de férias, estiveram presentes cerca de 50 praticantes, onde nós (Leiria – Diogo, Jorge Gaspar, Fátima, Nuno Pires, Bruno Leitão e Marco Patrício – e Marinha Grande – Magalhães, Edgar e Apolinário) nos incluímos.
Devido a compromissos de karaté não fiquei para a tarde, mas parece-me que a coisa se complicou nas katas. Nem tudo são rosas… Um dia destes, sobre esta ideia vou escrever a história da vaca e do pássaro.
Não tem nada a ver com karaté, mas no fundo até tem!... Na sexta-feira fomos brindados com um jantar fora de série. Nesse banquete conheci uma pessoa fabulosa, o Dr Pedro Rocha. Não sabia que ainda há homens assim!

Bushido: A via do Samurai

Este exelente artigo foi escrito pelo meu grande amigo e companheiro de viagem, o Sensei João Rosa.

Bushido era, e é, o código de conduta dos samurais há séculos no Japão. Firmemente baseado nos ensinamentos Zen, tinha como finalidade ajudar o samurai a dominar a sua natureza e compreender a sua mente e o universo através da experiência directa – bem como através do reforçar da força, do auto-controlo e da sabedoria.
O espírito marcial e a coragem eram, claro, aspectos essenciais do Bushido. Mas para o samurai, o principal objectivo era a virtude completa em pensamentos e acções. Cada samurai seguia em regime de cerimónia e etiqueta cuidadosamente desenhado, como forma de promover essa virtude. Com ênfase na sua forma prescrita, ajudava a harmonizar a mente com o corpo, permitindo-lhe manter uma certa tranquilidade, ou heijoshin (literalmente “mente normal de todos os dias”), mesmo em situações difíceis. Sinceridade, generosidade, honestidade, piedade e honra são todas parte do cerne do Bushido. E foram a semente a partir da qual cresceu a tradição do karaté. Estas qualidades e a sabedoria, compreensão e força tranquila que promovem são alguns dos grandes benefícios do karaté. Estão também entre as grandes dádivas do Japão ao mundo.
O Bushido baseia-se em 7 princípios essenciais
1. Seigi – a decisão correcta e rectidão
2. Yuki – bravura e heroísmo
3. Jin – compaixão e benevolência para com todos
4. Reigi – cortesia e acção acertada
5. Makoto – verdade e sinceridade extrema
6. Meiyo – Honra e glória
7. Chubi – Devoção e lealdade