Estágio com Sensei Dirk Heene

Sensei Dirk Heene (7º Dan)

O Sensei Armando Egídio, responsável técnico pelo karaté de Fátima, está a organizar mais um estágio com o Sensei Dirk Heene.

O Mestre Dirk é uma das grandes referências europeias do karaté shotokan. Durante anos esteve ligado à JKA, mas a determinada fase da sua vida, desligou-se e integrou World Karaté Shotokan Association (WKSA), fundada pelo Grande Mestre Kase.

Pessoalmente, e durante alguns anos, treinei várias vezes com ele e, por essa razão, posso garantir a todos tratar-se de um excelente instrutor!

Nos dias 24 e 25 de Outubro, no Centro de Estudos de Fátima, podemos treinar com ele. Aconselho a todos os karatecas, amantes do verdadeiro shotokan, a frequentarem este estágio.

Infelizmente não vou poder estar no sábado, mas no domingo vou marcar presença.

Cursos da JKA-Portugal

Sensei Peté, na classe de instrutores da JKA (anos 70)

No fim-de-semana passado, no Dojo Hoitsugan, em Lisboa, decorreu a primeira acção de formação, dos cursos da JKA-Portugal da época 2009/2010, mais concretamente o 3º ano do II curso e o 1º ano do III curso.

Cerca de 60 praticantes, candidatos a instrutores, examinadores e árbitros da JKA, iniciaram os cursos e, a crer pelos comentários, estão muito satisfeitos por se terem inscrito.

Os instrutores, os Sensei’s Peté e Pula, estão empenhadíssimos nesta formação. O manual, em relação ao primeiro curso, foi revisto e actualizado com as matérias, entretanto recebidas da nossa “casa mãe”, o Hombo Dojo da JKA, em Tokyo - Japão.

Quem já fez o I curso pode frequentar, sempre que quisers, estas aulas, basta aparecer.

Parabéns à JKA-Portugal, pela coragem de continuar apostar na formação dos seus instrutores, examinadores e árbitros. Nota-se a grande preocupação dos seus responsáveis técnicos em passar os seus conhecimentos aos mais novos, garantindo dessa forma a continuação da escola. Esta passagem de testemunho é crucial para o futuro de todos.

Sensei Okamoto

Muito há para escrever sobre a morte, mas muito mais há para escrever sobre a vida.

Todos sabemos que uns estão mortos durante a vida, enquanto outros, muito poucos, vivem durante a morte.

No karaté, como em tudo na vida, podemos escolher, por nós próprios, o caminho a seguir. Também sei haver boa gente com falta de coragem para dar o passo em frente. Mas, e mais uma vez, não passa de uma opção de cada um.

Há umas semanas, o Nuno Pires, aqui neste blog, escreveu, “quem anda sozinho, morre sozinho”. Não podia estar mais certo! É uma pena ver tão boa gente a vaguear por aí, a saberem que o caminho, no qual foram colocados, muitos sem escolher, não os vai levar a lado nenhum.

Mas antes de avançar neste meu pensamento, e não me levem a mal, quero lembrar um velho provérbio, o pior dos cegos é aquele que não quer ver!

Ao ver um vídeo, indicado pelo meu “grande mano” João Rosa, fez-me lembrar como é bom ter o apoio dos nossos irmãos. Daqueles manos com quem podemos sempre contar, e alguns, apesar de estarem longe sentimo-los sempre perto, bem junto a nós.

Há uns meses um grande mestre da JKA faleceu, o Sensei Okamoto. Foi-lhe feito, penso que pelos seus “irmãos” mais novos, um belíssimo tributo. Este trabalho faz-nos sentir que vale a pena pertencer a uma família e ter o apoio incondicional dos nossos amigos.

O karaté é realmente muito mais que andar aos socos e pontapés, é uma forma de estar na vida!

Treino com Sensei Pula

Ontem, na ARDOG, e à semelhança das épocas anteriores, houve o habitual treino com o Sensei Pula.

Estas aulas, geralmente marcadas para a última sexta-feira de cada mês, são uma oportunidade de treinar com colegas de outros centros e sob a orientação de um dos melhores instrutores nacionais.

Assim foi a classe de ontem. Bastante pessoal, boa camaradagem e mais um excelente treino! O Sensei dedicou a aula aos mais graduados e no final fizemos as katas Jion e Jitté.

Apesar de ter sido a primeira da época, entre crianças e adultos, estivemos cerca de 50 praticantes!

No próximo mês de Outubro, devido ao estágio com o Sensei Kurassako, antecipámos a aula para a sexta-feira 23 e o Mestre Pula fica para sábado, onde na Marinha Grande haverá um treino prolongado.

Todos os interessados em praticar karaté com o Sensei Pula só têm de aparecer.

Não resisti em colocar mais este vídeo sobre o karaté praticado no Japão.

Para quem não conhece bem, e tem algumas dúvidas, este trabalho dá para ter uma ideia sobre a JKA.

Técnicas Policiais e Militares

Em Novembro, nos dias 14 e 15, vai realizar-se uma acção de formação de técnicas policiais e militares.
Organizada pela Academia de Artes Marciais de Alcobaça, este estágio tem a responsabilidade técnica de Stanislaz Gadzic.
Não conheço referências do formador, apenas as constantes no cartaz divulgado pela organização. Aos interessados, os contactos estão no cartaz.

Competições FNK-P

Hoje, vou continuar a escrever sobre as circulares emanadas pela Federação Nacional Karaté – Portugal (FNK-P).

Com o intuito de ninguém ser apanhado desprevenido, a FNK-P, antecipadamente, está a divulgar instruções aos clubes sobre a participação nos campeonatos.

Assim, os instrutores e competidores devem saber que, nas pesagens, as participantes femininas só podem utilizar calção e t-shirt ou top e os masculinos só calção.

Outra situação importante, que pode vir a trazer dissabores, é o facto de os competidores terem de estar inscritos, com comprovativo da existência de seguro desportivo, um mês antes do início do respectivo campeonato.

Se há regras com as quais concordo completamente, caso das descritas anteriormente, há outras que nem por isso, é o caso da identificação dos competidores nas provas. A FNK-P exige um documento (cartão único, bilhete de identidade, passaporte, carta de condução, etc) a comprovar a identidade. Mas todos nós sabemos haver esquecimentos, extravios, etc desta documentação. Aqui, penso haver uma intransigência muito grande por parte da federação, até porque a lei geral do nosso país permite terceiros identificarem pessoas, e posteriormente, confirmar os dados.

Então, já sabem. Inscrevam-se com antecedência, e com seguro desportivo, na FNK-P e não esqueçam de levar documento identificativo para as provas.

Lei 113/2009

A Federação Nacional Karaté – Portugal (FNK-P), em jeito de inicio de época, está a emanar muita informação às suas associações filiadas.

Destaco a pertinência de ter divulgado e incentivado a aplicação da Lei 113/2009 de 17 de Setembro. Nesta lei, onde constam medidas de protecção de menores, no seguimento do cumprimento do artigo 5º da Convenção do Conselho da Europa contra a Exploração Sexual e o Abuso de Crianças. Em traços gerais, esta lei obriga-nos a um recrutamento rigoroso de instrutores, forçando todos os candidatos a entregar o certificado de registo criminal e a certificar a sua idoneidade. Pessoalmente acho de extrema importância este facto, pois somos um grupo que lida com um vasto conjunto de crianças e os pais, de forma geral, confiam, e devem continuar a confiar, os seus filhos.

Ainda recentemente soube de uma história, a ser verdade, muito triste e que deixa todos os karatecas muito mal vistos. Mas em todos os rebanhos há uma ovelha negra!

Aconselho à leitura desta lei, nela consta informação vital para a nossa actividade.

JKA-Portugal

Jordão, Sensei Kurassako, Sensei Osaka e Ricardo Carrilho

No fim-de-semana passado a JKA-Portugal voltou a emitir um comunicado sobre algumas das suas próximas acções.

São de importância vital para a formação dos seus instrutores e praticantes.

Não é novidade para ninguém o curso de instrutor/examinador/árbitro da JKA-Portugal. Neste início de época aí está mais uma oportunidade de ingressar numa destas acções de formação, neste caso concreto no 1º ano do III curso.

Quem termina o curso fica “graduado” nas letras E ou F, nas diferentes vertentes. Ao atingir a letra E fica habilitado a frequentar os cursos internacionais e fazer exames para a letra D.

Garanto a todos ser uma oportunidade extraordinária para aperfeiçoar os seus conhecimentos em campos pouco explorados no nosso país, como é o caso da carreira de examinador. Muito boa gente faz exames de graduação a praticantes e não tem qualquer qualificação! Servem-se, apenas, dos conhecimentos gerais do karaté, mas nunca estudaram/treinaram essa área específica.

Outro importante evento da JKA-Portugal vai realizar-se entre 27 de Outubro e 1 de Novembro, o estágio com o Sensei Kurassako, 7º Dan JKA e Instrutor Residente do Hombo Dojo, em Tokyo.

Quem precisar de informações extras contactem-me ou com a JKA-Portugal.

Coragem

Coragem - Yuuki

Ontem, em Monte Real, e à semelhança dos nossos outros dojos, iniciou-se na prática do karaté outro adulto com idade a rondar os 40 anos.

No final da aula fiquei a pensar o que pode levar uma pessoa já madura, com a vida já organizada e pai de família, a procurar a nossa arte marcial.

Tinha sido muito mais fácil perguntar às pessoas com mais, por exemplo, de 40 anos, a razão que os levou a treinar. Mas estou certo de uma coisa, não me sabiam responder, limitavam-se a encolher os ombros e a sorrir. Por vezes não temos razões concretas para justificar algumas opções da nossa vida, deixamo-nos levar por algo acima de nós.

Mas estou certo do seguinte: independentemente daquilo que nos guia até ao dojo, e tem de haver uma força qualquer, todos nós temos de ter uma boa dose de coragem!

Coragem para partir do zero e começar uma escalada interminável. Uma coragem enorme para nos sujeitarmo-nos às muitas e duras provas do karaté. Uma grande coragem que nos fará abdicar de tantos prazeres em prol do desconhecido.

A nossa vida, por si só, é uma prova constante. Mas no quotidiano podemos evitar, fugir, alterar, adiar muitos factores e desafios. No karaté, não! Em cada aula, estágio, exame há provas às quais não podemos virar as costas.

Mas a nossa escola de karaté, a JKA, é isso mesmo, uma escola! Onde nos ensinam a não virar as costas aos desafios. E por vezes há cada um… Onde aprendemos a confrontarmo-nos anos próprios. E nunca nos podemos esquecer que os nossos piores adversários somos nós próprios!

Parabéns a todos os novos corajosos!

Tiago Silva

No dia 28 de Agosto de 2009, coloquei uma notícia no blog sobre os Surdolímpicos.

Nesse texto fazia referência ao Tiago Silva, um excelente karateca, com grandes capacidades competitivas. Ele esteve presente em Taipé, onde representou, e bem, o karaté nacional, numa das provas mais importantes do mundo.

O Tiago, pertence à Associação Nacional de Artes Marciais (ANAM) e à Japan Karaté Association – Portugal (JKA-Portugal) e o seu mestre é o Sensei João Cardiga, que fez questão de o acompanhar e transmitir-nos detalhes sobre a prestação do competidor nacional.

Então, na prova de kumité, o Tiago atingiu um brilhante 4º lugar da geral, depois de combater com um italiano e um Russo.

Em Taipé estiveram cerca de 5.000 atletas, treinadores e dirigentes, que desfilaram na cerimónia de abertura, com mais de 80.000 pessoas assistir!

A organização do Comité Paralímpico de Portugal esteve irrepreensível! Nada ficou ao acaso e os responsáveis empenharam-se completamente neste evento.

Em 2013, em Atenas – Grécia, vai decorrer a próxima edição dos Deaflympics, onde se esperam mais karatecas portugueses a competir.

Parabéns ao Tiago Silva e ao Sensei João Cardiga.

Treino da Liga de Shotokan

É já neste domingo, em Coimbra, o 1º treino de selecção da Liga Portuguesa de Karaté Shotokan (LPKS).

Assim, a primeira acção de selecção dos competidores da LPKS, da época 2009/2010, vai realizar-se no dojo da Secção de Karaté da Associação Académica de Coimbra, no Estádio Universitário, junto ao Rio Mondego.

De manhã, das 10H30 às 12H30, terá lugar o treino de kumité, e das 15H00 às 17H00 as katas.

A LPKS integra importantes associações de estilo, como é o caso da ANAM, APKS, AKSA, ASKP, CPK, KPS e UKSP

Este treino foi marcado sem indicarem qualquer restrição, ou seja, todos os interessados, com idade igual ou superior a 16 anos, podem marcar presença, independentemente da graduação ou “currículo”.

O seleccionador nacional, Sensei José Ramos, com o seleccionador de katas, Sensei Vítor Dinis, e o de kumité, Sensei Rui Diz, vão formar um grupo de treino para eventual representação do Shotokan nacional em provas no estrangeiro, nomeadamente no campeonato organizado pela European Shotokan Karaté Association (ESKA).

Não foi divulgada muita informação sobre este 1º treino, mas parece-me importante estarmos presentes.

High Kick Girl

Aí está mais uma produção japonesa, onde o karaté é o tema central.

Uma estudante, equivalente ao nosso 3º ciclo, praticante de karaté, é a figura principal do filme. Esta personagem, Kei – interpretada por Rina Takeda, entra em conflito com o seu instrutor, Matsumura – Sensei Tatsuya Naka, por este a obrigar a praticar katas e desvalorizar o treino de kumité.

Durante a película, baseado nos pequenos trechos que vi, há karaté de grande qualidade, praticado por excelentes praticantes, alguns deles instrutores da Japan Karaté Association (JKA), como é o caso do Sensei Ogata (campeão de kumité da JKA). Mas esta fita só podia ter bom karaté, afinal a personagem do mestre Matsumura é interpretado pelo Sensei Naka! Depois da sua brilhante actuação no filme Kuro Obi, surge agora com um desempenho ainda melhor!

Para quem gosta deste tipo de filme, resta-nos esperar a sua distribuição e ir vendo umas imagens na internet.

Em cima podia ter colocado a apresentação do filme, mas optei por este trecho onde o Sensei Naka está em grande plano.

Seminário Internacional de Treino de Jovens

Jackie Fairweather

No fim-de-semana passado, 12 e 13 de Setembro, no Parque das Nações, em Lisboa, realizou-se a 10ª edição do Seminário Internacional de Treino de Jovens.

Como já tinha anunciado, marquei, mais uma vez, presença nesta importante acção de formação de treinadores, organizada, de forma exemplar, pelo Instituto do Desporto de Portugal (IDP).

Não era um evento destinado especificamente a instrutores de karaté, mas aos agentes desportivos que trabalham com crianças e jovens, onde nós, karatecas, estamos incluídos.

Do karaté estivemos 11 instrutores. Devo salientar a presença do Presidente da Federação Nacional de Karaté – Portugal, João Salgado. Tem sido incansável e faz questão de estar em todas as actividades por onde a nossa arte passa. A ele os meus parabéns, é um presidente presente e preocupado!

O Auditório do Complexo Escolar Parque das Nações, estava bem composto, com cerca de 250 participantes, vindos de todos os distritos nacionais e de outros países, onde estiveram representadas muitas modalidades desportivas.

Os prelectores foram bem escolhidos, transmitiram bastantes conhecimentos e partilharam as suas experiências pessoais. Alguns deles, vindos de outros países, trabalham com campeões mundiais e olímpicos e deixaram muita informação aos presentes. Foram eles: Carlos Gonçalves, Istvan Balyi (Canadá), Jackie Fairweather (Austrália), Jean Cote (Canadá), John Lyle (Inglaterra), Mário Guimarães e Sidóneo Serpa.

Apesar da grande organização, deixei uma sugestão – englobar formadores de artes marciais.

Com muita pena minha, e devido a compromissos de karaté, não pude estar presente em todas as palestras. Mas, não se pode ter tudo…

Treino JKA-Portugal

Foto do treino de ontem

Ontem, em Alverca, decorreu o 1º Treino de Competição da JKA-Portugal desta época.

Marcámos presença quase 60 praticantes, de vários locais do país, do norte (por exemplo o Sensei Regadas) ao Algarve (caso do Sensei Norberto). Já fui a vários estágios com muito menos gente! Ainda para mais faltou muita, mas mesmo muita malta! E outros, pela idade e graduação, não puderam ir.

Dá um prazer enorme ver aquela quantidade de jovens karatecas, com uma grande vontade em competir, a misturarem-se com colegas mais velhos. São a garantia da continuidade da nossa escola, a JKA!

Bem sei haver competições mais aliciantes. Mas não se deixem enganar, esta é mais difícil e os resultados só aparecem mais tarde, mas é verdadeira! Nela não há show off, é pura e dura!

Começámos as 3 curtas horas de treino com uma abordagem às katas básicas. Digo-vos uma coisa, ver o Sensei Peté Pacheco a fazer as katas é algo alucinante! É assim, alguém mandar fazer-nos algo, qualquer um manda! Agora, mostrar como se faz, garanto-vos uma coisa, não é para todos! Mas o Sensei Peté consegue! E em Portugal não conheço mais ninguém! Entre muitas outras coisas contínuo sem perceber uma em particular, como há pessoas que não aproveitam os vastos conhecimentos do Sensei! Como há pessoas com receio de se aproximar? Ainda não perceberam o que estão a perder… É pena…

Depois tivemos o kumité, o nosso, o shobu ippon. Aperfeiçoámos 4 formas de treino e rodámos entre nós. O ponto focado foi o “sen” (antecipação).

Ontem tive um excelente dia de karaté. Para além da aula com o Sensei Peté, treinei num grupo com outros dois excelentes instrutores, os Sensei’s Reinaldo Rodrigues e João Cardiga. Estão sempre de coração aberto e disposto ajudar. A eles o meu muito obrigado pela ajuda.

Se estas aulas são importantes pela prática, recolha de informação, rodagem, entre muitas outras coisas, tornam-se essenciais para o desenvolvimento do nosso karaté nos dojos. Os “trabalhos de casa” pedidos deixam-nos matéria para muitas classes e uma grande liberdade de treino.

O próximo treino de competição da JKA será a 18 de Outubro de 2009, em Alverca. Recordo que a graduação mínima é 3º kyu e a idade 14 anos. Apareçam!

Sensei Hidetaka Nishiyama

Não sei bem há quantos fiz um estágio com o Sensei Hidetaka Nishiyama, mas já passaram mais de 12 anos, acho que na altura era 4º kyu (cinto vermelho).

Na altura os telemóveis e internet não estavam vulgarizados e a pouca informação sobre actividades do karaté chegavam pelo correio e depois passavam de boca em boca. Realizavam-se muitos estágios sem o conhecimento da malta da província, mas de vez em quando lá sabíamos de alguma coisa. Também estou consciente que muita gente vivia, e alguns ainda continuam a viver (!...), de costas voltadas com o resto do karaté, e cortavam os canais de comunicação, privando possíveis interessados em participar em eventos.

Mas a determinada altura soube de um estágio em Braga, com um grande mestre, o Sensei Nishiyama.

Não consegui arranjar companhia e lá fui sozinho até ao norte, onde fui presenteado com excelentes treinos e apercebi-me, mais uma vez, da grandeza do karaté. Mas fiquei mais impressionado com aquele grande instrutor, cuja simpatia e forma de abordar a arte era realmente diferente.

Esteve realmente perto de todos e contagiou os presentes com uma vontade enorme de aprender e treinar karaté.

Não sou nada bom a recordar factos e momentos e para, ainda hoje, ter a imagem do Sensei Nishiyama, é porque era alguém realmente extraordinário.

Nasceu em Tokyo, a 10 de Outubro de 1928 e aos 5 anos de idade começou a treinar Kendo com o seu pai, um influente mestre daquela arte. Aos 10 anos iniciou-se no Judo, mas em 1943 ingressa no Karaté e tornou-se aluno do Sensei Gichin Funakoshi, tendo ajudado a fundar a JKA, onde se tornou um importante instrutor. Faleceu a 07 de Novembro de 2008.

Sensei Tetsuhiko Asai

Decorria o ano de 1997, quando soube da vinda do Sensei Asai ao nosso país.

Pensei de imediato participar e assim foi, em Setembro desse ano, na cidade de Lisboa, na companhia de alguns colegas de treino, participei no estágio. O Sensei veio acompanhado do Sensei Amos, na altura seu assistente.

Recordo aquele estágio como se fosse ontem, apesar de já terem passado 12 anos! Fiquei estupefacto com as capacidades físicas e técnicas dele, aliadas aos valores pessoais. Vi-o fazer “coisas” que nunca mais vi, e penso que nunca mais vou voltar ver. Fiquei super impressionado com aplicação das técnicas de pernas ao nível alto (jodan) a curta distância, algo simplesmente extraordinário!

O Sensei Tetsuhiko Asai nasceu a 7 de Junho de 1935 e o seu pai, polícia, ensinou-lhe, quando era criança, Judo e Kendo. Depois da faculdade entrou na JKA e torna-se um dos melhores instrutores de todos os tempos. Tinha um karaté muito próprio e aplicava muitas técnicas no ar, com saltos e rotações de difícil execução. No início dos anos 90 abandonou a JKA e criou a sua própria associação mundial. Infelizmente faleceu a 15 de Agosto de 2006 e todo o karaté perdeu um dos seus melhores instrutores.

Sensei Keinosuke Enoeda

Nós, na Europa, no que toca a ter grandes instrutores de karaté residentes, quando comparados com outras zonas do mundo, fomos, e continuamos a ser, uns sortudos.

Mas em Portugal, e há quem diga ter sido um dos factores principais para a falta da união do shotokan, nunca tivemos um instrutor japonês a viver cá. Sempre que precisámos tínhamos de recorrer aos de outros países ou directamente do Japão. Felizmente, com a evolução de alguns instrutores nacionais, em nada inferiores aos japoneses (!), essa lacuna começa a ficar solucionada e a prova provada é a evolução de associações de estilo. Vejam, por exemplo, o crescimento da JKA-Portugal, deve ter mais de 3.500 praticantes e já faz estágios com mais de 500 karatecas.

Quando ainda era kohai (iniciante) ouvi falar muito de um grande mestre, o Sensei Enoeda. Vivia em Inglaterra, onde tinha criado uma fortíssima associação e havia uma verdadeira legião de admiradores em seu redor. Tornou aquele país numa das grandes potências do karaté mundial e contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento da arte por toda a Europa.

O Sensei Enoeda nasceu a 04 de Julho de 1935 e faleceu a 29 de Março e 2003. Depois de se licenciar em economia entrou para a classe de instrutores e dedicou-se, até á sua morte, ao karaté. Era de facto alguém muito especial, muito acima de qualquer um dos mortais, com conhecimentos extraordinários e uma presença extraordinária!

Tive o prazer de fazer estágios com ele e em Fevereiro de 2000, em Gondomar, graduou-me em shodan (1º Dan).

Foi um dos grandes mestres que tive o privilégio de conhecer e por nós é recordado.

Sensei Taiji Kase

Sensei Kase em Abril de 1998

Na minha, ainda, curta vida de karateca tive a grande honra de receber ensinamentos de grandes mestres de karaté, que faço questão de os recordar.

Durante vários anos, cerca de 12, treinei karaté no Centro Shotokan KarateDo de Leiria (CSKL), que estava filiado numa associação nacional (penso que UPKS – penso ter sido extinta) com ligações ao Grande Mestre Taiji Kase.

Foi dos instrutores que mais me marcou e com ele treinei bastantes vezes e em vários locais em Portugal (Alverca, Aveiro, Cantanhede (?), Fátima, Leiria, Pombal) e na Europa (Espanha e França).

O Sensei Kasé nasceu em 1929 e faleceu em 2004 com a graduação de 9º Dan. Em 1944, depois de ter lido o livro Karaté-Do Kyohan, foi à procura do karaté e conheceu o Sensei Gichin Funakoshi, que o aceitou como aluno! Mais tarde ingressou na JKA e dela tornou-se instrutor, sendo “enviado” mais tarde para a Europa, com o intuito de difundir a arte. Em 1989 criou a sua própria organização e manteve uma ligação muito forte com o nosso país.

Durante a sua vida praticou Judo, Kendo e Aikido. Conheceu pessoalmente o fundador do Aikido, Sensei Morihei Ueshiba!

Recordo este grande mestre com muita saudade, pois tive o prazer de o conhecer fora dos treinos e receber ensinamentos dele numa fase especial da minha vida de karateca.

Se há pessoa que nunca se cansou de praticar o bem não tenho qualquer dúvida que foi o Sensei Kase.

Vozes

Ao longo dos meus anos de treino tenho constatado, no que toca às vozes enunciadas durante as aulas de karaté, um enorme desfasamento entre instrutores e escolas.

Mas, se durante os treinos alguns exprimem mal os nomes das técnicas e baralham por completo a sua tradução, outros, e estes para mim ainda são mais graves, proclamam de forma errada as vozes em momentos chaves da classe, como é o caso do início e fim das aulas!

Também sei que muitos receberam os ensinamentos errados e, durante todo o seu percurso de karatecas, presumiram estarem correctos. Mas a verdade é que nunca se questionaram sobre as palavras e frases que anunciam em voz alta e passam aos mais novos. Muitos, por culpa dos seus instrutores, nunca foram ensinados a questionar, procurar, investigar, ou seja, vão estar sempre limitados a receber. Nunca tiveram, nem sentiram, a maior satisfação do karaté – o prazer da descoberta!

No início e fim das aulas, depois da voz de alinhar para saudação – sei retsu (retsu é linha), na posição de musubi-dachi e com os braços a mãos ao longo do corpo, há as seguintes vozes:

Seiza – ajoelhar. Mas podemos dizer sentar com os joelhos no chão

Mokuso – estudo do vazio. Fechamos os olhos e esvaziamos a mente de todos os pensamentos.

Mokuso yamé – se mokuso é o estudo da mente e yamé é parar/stop, então é o retorno ao normal e abrimos os olhos

Shomen ni rei – shomen é frente e rei saudação. Saudação para a frente

Sensei ni rei – Sensei é instrutor. Saudação ao instrutor

Sempai ni rei – Sempei é aluno mais antigo. Saudação ao aluno mais antigo

Otagai ni rei – Cumprimento mútuo entre alunos

David Carradine

David Carradine

Nós, os praticantes de artes marciais, não somos propriamente os cidadãos mais bem informados, e contra mim falo!...

Devido ao facto de treinarmos ao fim do dia, num período onde as televisões colocam no ar os noticiários, muita informação do país e do mundo não chega até nós. Depois, e porque quase todos nós temos de trabalhar, nem sempre nos resta tempo para ler jornais ou recolher notícias. Mas, como tudo na vida, não se pode ter tudo…

Ontem, ao folhear uma revista de artes marciais, tive conhecimento da triste notícia sobre a morte de David Carradine. Fiquei surpreso, pois não estava nada à espera.

David Carradine, ficou conhecido no mundo inteiro pela sua participação nas séries televisivas Kung Fu, onde deu vida à personagem do monge Kwai Chang Caine. Esta figura da produção cinematográfica era um órfão acolhido num Monteiro de Shaolin que mais tarde rumou aos EUA, onde, na procura do seu irmão, dá, baseado sempre nas artes marciais, verdadeiras lições de anti-violência e paz.

Foi uma série marcante de muitos portugueses, onde me incluo, e um dos grandes, e primeiros, contactos com a filosofia das artes marciais orientais, que muito contribui para a sua divulgação.

David foi encontrado morto a 4 de Julho de 2009, no seu quarto de hotel na Tailândia. Segundo noticiaram, encontraram-no de com cordas amarradas ao pescoço, pulsos e órgãos genitais, levando a polícia a pensar ter-se tratado de asfixia acidental. Já a família e amigos pensam ter sido assassinado.

Faleceu com 72 anos de idade e com um grande trabalho em prol das artes marciais.

5 Máximas

As 5 máximas escritas em Japonês

Sobre as cinco máximas do karaté há muito para escrever, pois trata-se de um assunto com máxima importância.

Nós, no Shotokan, no final de cada aula, proferimos em voz alta essas regras que seguimos, ou pelos devíamos seguir! Essas máximas, devem estar sempre presente em toda a nossa vida e não apenas dentro do dojo ou só quando nos convém...

Mas, hoje, vou apenas escrever sobre a forma como são proferidas.

Regra geral, o aluno mais antigo (Sempai), ou alguém estipulado por ele, anuncia cada uma das máximas e os restantes praticantes, a uma só voz, repetem-nas.

A forma como são expressas varia muito de aluno para aluno. Uns usam um tom mais forte, outros optam por uma voz suave. Há quem as dite aos “gritos” enquanto outros o fazem de forma “sussurrada”. Alguns rapidamente enquanto outros lentamente.

Penso estarem todos certos, pois cada um de nós tem a sua própria forma de as sentir e de as exprimir. Não devemos pedir a alguém para fazer a voz grossa quando tem a voz fina, de falarem alto quando as cordas vocais não o permitem. No meu entender isso é um erro e, quando o fazem, as vozes vão surgir de forma artificial e sem sentimento.

Todos nós já apanhamos um pouco de tudo e uma coisa é certa, por vezes, entram mais em nós, até sentimos um arrepio na coluna, quando são ditas de forma suave e lenta, como se uma oração se trata-se. Mesmo vindas de jeito calmo e sereno, vêm cheias de sentimento e significado, lá de dentro, bem do fundo, do hara!

Em tantas ocasiões ouvimos uns gritos altos, sem paixão, são meras palavras atiradas para o ar. Nestes casos não passam disso mesmo, de uns gritos.

Já agora partilho mais um pensamento. Se há instrutores mais físicos outros há mais técnicos. Se uns são corpo (a maioria) outros (para nossa felicidade) são alma. No final das aulas, de uns e de outros, as máximas não podem ter a mesma expressão, pois são a continuidade do espírito do treino recebido. Nestes casos o Sempai, tem de ter a sensibilidade, caso não se sinta à altura, de delegar em alguém essa tarefa.

As máximas, quando bem anunciadas, são, sem sombra de dúvida, o culminar de uma aula com chave de ouro.

Mas sejam as máximas pronunciadas de que forma forem, todas têm de ter a mesma origem, fisicamente no hara, psicologicamente no espírito Budo.

Títulos

Sugiura Shihan - Instrutor-Chefe da JKA

Os títulos, a que tantos instrutores ocidentais não resistem em usar para auto-promoção, eram, e ainda são, atribuídos no decorrer das longas carreiras dos grandes mestres.

Alguns desses “postos” já estão generalizados, e em muitos casos vulgarizados, e adoptados pela maioria de nós, falo, claro, do sempai e sensei. Se o primeiro quer dizer aluno mais antigo, velho ou graduado, já o segundo significa instrutor.

Mais recentemente, com a informação a correr o mundo em segundos, muitos instrutores começaram a saber da existência dos títulos japoneses. Daí a passarem a usá-los foi um saltinho! A tentação é mais forte… Coitados!

Para termos ideia, acima de sensei há, e por ordem crescente, o Renshi, Kyoshi, Hanshi, Meijin e Shihan. Geralmente estes “postos” estão associados à graduação, idade, anos de prática, trabalho desenvolvido no karaté, cargo dentro das organizações, etc. Ou seja, não podemos fazer tábua rasa e basear-nos apenas num critério para atribuir uma destas designações.

Nós, na JKA, e posso falar à vontade desta organização mundial porque a conheço bastante bem, só temos sensei’s e um shihan (o Instrutor-Chefe Sugiura)! É curioso, os japoneses, eles os mentores de todo o karaté, já não usam essas formas de diferenciação e nós, que conhecemos e praticamos a arte há tão pouco tempo, auto-proclamamo-nos com formas, para mim, ridículas! Vejam o caso de instrutores da nossa praça afirmarem-se kyoshi’s e shihan’s! No meu entender ainda não perceberam a triste figura que fazem…

Mas é admirável saber da existência de grandes mestres nipónicos, esses sim – grandes mestres, a rejeitarem títulos que lhe são justamente atribuídos. Isso são provas de uma enorme e verdadeira humildade! Mas não a esse caminho que o karaté nos leva? Tornarmo-nos verdadeiramente humildes?! É! E disso não tenho dúvidas!

Mais uma vez, e peço desculpas por me repetir, toco na ferida de alguns. Se andam por aí a usar e exigir que os tratem por determinados títulos, é sinal que não estão no caminho do verdadeiro karaté, andam, talvez, noutro caminho e com outro objectivo!...

JKA - Treinos Competição

Prova de Kumité da JKA (Sensei's Kobayashi e Ogata)

Neste início de época assistimos à marcação de algumas actividades extra por parte da Japan Karaté Association – Portugal (JKA – Portugal).

Mas quero salientar um conjunto de acções, os treinos de competição. Desde há vários anos que são marcados, mas este ano, e porque já terminou o I curso de instrutores/examinadores/árbitros, vão ter outro destaque. Para já estão agendados 7.

Mas estas aulas não estão destinadas unicamente aos competidores, pelo contrário, os instrutores devem marcar presença, pois só assim poderão estar por dentro da matéria exigida aos competidores durante as provas.

Nestas classes recolhemos muitos conhecimentos, entre outros, métodos de treino, informação específica sobre a competição, praticamos e rodamos com colegas de outros dojos. É mais uma oportunidade de ir buscar trabalho de casa, matéria para desenvolver nos nossos dojos e de acordo com a realidade existente em cada centro.

O kumité da JKA, o shobu-ippon, tem um grau de dificuldade bastante elevado para todos os envolvidos, sejamos praticantes, competidores, árbitros ou instrutores.

Para já foi imposta uma pequena restrição, ter no mínimo 14 anos de idade e a graduação de 3º kyu.

A Associação Shotokan KaratéDo – Portugal, uma das associações filiadas na JKA-Portugal, vai estar em peso nestes treinos.

Assim, no domingo, dia 13 de Setembro, no CEBI – Alverca, vai realizar-se o primeiro treino. Vou fazer questão de estar presente, tenho de me dividir entre Alverca e o Parque das Nações, onde também vou frequentar o Seminário Internacional de Treino Jovens.

Graduações

Nas artes marciais, como em tudo na vida, há a necessidade de hierarquizar os envolvidos na actividade. É preciso impor uma ordem, e tal como na vida militar, todos têm de ter consciência desse importante facto. É pena na sociedade civil não haver essa consciência, pois evitava muitos problemas…

Durante muitos anos, nos primórdios do karaté, eram atribuídos “títulos” aos praticantes, fazendo uma distinção entre eles baseado nesses postos e não na graduação, pois ainda não existia.

Mas o Sensei Jigoro Kano (Grande Mestre do Judo), com os seus vastos conhecimentos, apercebeu-se da necessidade de graduar os alunos, pois dessa forma conseguia uma maior motivação e ordenar a “casa”.

É obvio que todas as outras artes marciais japonesas adoptaram o mesmo modelo do Judo e implementaram-no, com ligeiras adaptações, devido às especificidades de cada uma.

Nós, no karaté, também seguimos os mesmos princípios, até porque o Sensei Funakoshi Gichin (considerado o pai do karaté moderno) foi amigo do Sensei Jigoro Kano, de quem recebeu grande ajuda.

Com o decorrer dos tempos foram feitos ajustes às graduações, fruto da interpretação pessoal de cada um dos mestres e das necessidades específicas das diferentes artes. E se num país há, por exemplo, nove kyu’s, noutros há cinco, seis ou sete. Da mesma forma as cores dos cintos são diferentes e a ordem em que aparecem são distintas entre países e entre várias escolas.

Quando estive pela primeira vez no Japão fiquei surpreso por não ver cintos com muitas cores, as dominantes são o branco, castanho e preto, mas de vez em quando lá aparece um verde ou azul, muito raros e mais usados pelas crianças. Mas os japoneses são diferentes de nós e é habitual ver praticantes a usarem o cinto branco até chegarem à graduação de shodan (1º nível - cinto negro).

Em Portugal temos as seguintes cores: branco (9º kyu), amarelo (8º kyu), laranja (7º kyu), verde (6º kyu), azul (5º kyu), vermelho (4º kyu), castanho (3º, 2º e 1º kyu), preto (todos os dan’s).

Início da Época

Fábula da Cigarra e da Formiga

E a época 2009-2010 começou!

Ontem, em Monte Real, uma boa parte dos praticantes do ano anterior apareceram e juntaram-se a nós mais alguns colegas (na aula das crianças). Entre as duas classes fomos 22, excelente para primeiro dia de trabalho!

Ainda ontem, na Marinha Grande um grande início de ano! O pessoal apareceu e juntou-se um bom grupo em torno do Sensei João Rosa

Hoje, em Leiria, o dojo esteve bem composto, com 17 crianças a treinar e uns 20 adultos (esqueci-me de contar os presentes…).

Amanhã começamos nas Cortes, onde esperamos, por ser o primeiro ano, um início muito modesto.

O início da época é sempre um momento cheio de emoções, onde se renovam os planos para o ano e se começa a colocar em marcha o plano anual.

Depois da pausa do Verão, aproveitado quase a 100% em prol do karaté, sabe bem voltar a ver os colegas de treino e verificar o regresso da maioria dos praticantes.

A vida de instrutor e responsável por um dojo de karaté assemelha-se à história da formiga. É trabalhar arduamente num pequeno período de tempo (mês de Agosto), para ter um Inverno mais tranquilo. Nesta fase do ano temos o planeamento da temporada, preparação de estágios, divulgação da nossa actividade, contactos com inúmeras pessoas ligadas a nós, reparação e limpeza dos dojos, etc. Mas há outra grande preocupação: treinar! Se durante grande parte do ano não conseguimos treinar assiduamente, só nos resta fazê-lo quando a maioria dos colegas estão de férias.

Recordo que, há uns anos atrás, as férias de Verão, incluindo as do karaté, eram longas, muito longas. Agora são 3-4 semanas! Muito pouco tempo para tanta coisa!... Mas vale bem a pena o esforço!

Mas voltando à história da cigarra e da formiga. No decorrer do ano aparecem por aí umas “cigarras” chateadas por verem algumas formigas com a casa cheia e eles, que estiveram de papo para o ar na praia e a beber uns drinks à noite, com pouca gente no dojo. Mas como bons portugueses que são arranjam excelentes desculpas e fortes críticas às formigas.

Não vou esconder de ninguém, espero, e desejo, que este ano seja de confirmação e consolidação do trabalho efectuado ao longo destes anos. Oss!

Eleições no Japão

Futuro primeiro-ministro Yukio Hatoyama

Uma grande parte de nós, praticantes de artes marciais japonesas, tem uma afinidade com o país do sol nascente.

Nihon ou Nippon, como se chama o Japão por lá (Ni – sol e hon – nascente), está em franca mudança social e política. No fim-de-semana passado, aconteceu algo que, há bem pouco tempo era impensável, a alteração do partido político do governo!

Durante 54 anos (!), desde 1955, o Partido Liberal Democrata chefiou os governos, mas os nipónicos, ao fim destes anos todos, decidiram alterar o partido do governo e agora surgiu o Partido Democrata do Japão à frente do país.

Não é fácil justificar um partido político, num país livre e democrático, estar 54 consecutivos à frente de uma nação. Mas no Japão tudo é diferente!

Mas o mundo está em mudança, até o nosso querido Japão. Só não vê estas mudanças quem não quer ou quem não as quer ver. Temos de aceitar este facto de uma vez por todas.

Também nós, os karatecas, é à semelhança da terra do sol nascente, somos diferentes. Mas esse facto não nos abriga a ficar parados no tempo, pelo contrário! Temos, e devemos, ir ao encontro da evolução, só assim vamos conseguir levar a nossa mensagem cada vez a mais gente.

Agora estou curioso em saber que mudanças vão ser implementadas e as consequências para as artes marciais, em especial para o karaté.