sábado, 2 de outubro de 2010

Força de uma Escola

Há várias formas “medir” a força de uma escola de karaté.

Sempre ouvi dizer que a quantidade de cintos brancos existentes num dojo revela o potencial da escola.

Há vários anos que tenho essa forma de classificação como a mais acertada. Bem sei que existem muitas outras formas, mas esta é-me a mais querida.

Mas eu tenho uma visão mais abrangente, no grupo dos novos gosto de incluir os praticantes que estiveram uns anos sem treinar e voltaram!

Se receber praticantes cintos brancos é gratificante, voltar a receber praticantes que estiveram uns anos ausentes é super gratificante!

Quando um centro tem gente nova há um rejuvenescer do grupo, é como um corpo receber sangue novo.

Claro que um dojo com cintos graduados é sinónimo de um trabalho longo e forte. Mas um conjunto de praticantes graduados precisa de gente nova, pois com ela vem a garantia de futuro.

18 comentários:

  1. Discordo. Sou visitante regular do seu blog e e sou um regular no seu dojo. Várias pessoas visitam o seu dojo por simpatia ou apenas por ser da JKA (o que não significa automaticamente qualidade). Do que me chegou e reparo, branco a verde é um "boom", pois os iniciados têm um treino muito vocacionado para eles. No entanto os mais graduados são esqueçidos e torna-se entediantes realizar 500x o mesmo exercício (para além, não estimula em nada a repetição visto que nem a pessoa está nessa ..). Os mais graduados querem algo mais vocacionado para eles e sentirem-se a evoluir. O que não tem acontecido segundo alguma malta que practica à 3 anos consigo. O que deixa mal o seu dojo e poderá levar a escolher outros. Sugeria separar as aulas dos 9º ao 6º Kyu dos restantes. 19h-20h: Novos 20h-21h00 - 9º-6ºkyu e 20h-21h30: Restantes. Quem quiser vai a todos claro!

    Outra coisa que sugiro é que faça exercícios variados e que estimule energéticamente uma pessoa (repetir 500z um não é sinónimo). É a variar, com exerciocios curtos e explosivos (sublinho) que uma pessoa se desenvolve.

    Pergunte ao seu dojo, especialmente os mais velhos a sua opinião acerca do decorrer das aulas, do modo como são dadas, se são secas (explicitamente), se sentem a evoluir, etc...

    Ponho em anónimo para não criar rivalidades.

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  2. Acrescento, pois nao sei se ficou ímplicito:
    O seu dojo tem qualidade para os iniciados mas para além disso, não tem a que deveria de ter. Se tivesse, toda a gama de alunos estariam motivados para fazer mais mas especialmente sentiriam-se a evoluir (a treinar meses a fio não sinto).

    Não leve a mal mas 4 dojos quando apenas os cinto castanho/vermelho dão aulas é de ficar a desejar ao dono (Cortes) .. é bom para nós/eles, mas você fica mal visto. Quanto mais possuir 4 e o principal (ardog) não ter a qualidade que poderia ter.

    Obrigado, com todo o respeito escrevi a minha opinião. Bem ou mal.
    Abraço

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  3. Todas as opiniões são opiniões, válidas e acertadas segundo quem as escreve.
    Muito obrigado pelo comentário.

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  4. Ola a todos...
    Estava eu a ver o treino feito pelo Sensei Yano, 8º Dan JKA (http://www.youtube.com/watch?v=5yIg6pq0CPM&feature=player_embedded#!), que é colocado aqui no blogue do Karaté Leiria, e não pude deixar de me lembrar do comentário que o caro anónimo aqui deixou.
    O Sensei Yano, 8º Dan JKA, faz uma aula completa apenas com cintos pretos, não fazemos a ideia de que Dan, e durante toda essa aula, executa a seguinte técnica: Tsukis. E o mais incrível, é que não sai dessa técnica base, repetindo-a constantemente, e passo a passo, vai exigindo mais de quem treina, corrigindo alguns pontos.
    Conclusão: Tenho todo o gosto em treinar com o Sensei Jordão, e repetir 2500s tsukis se ele achar necessário, sabendo que cada tsuki que faça é um passo para evoluir como karateca. E aparentemente, o Sensei Yano segue a mesma base. A nossa evolução somos nós que a criamos, em cada movimento simples de karaté. A "matéria" pode ser a mesma de um cinto branco ou amarelo, mas a execução, o controlo, os pequenos detalhes, isso é a evolução de um karateca.
    É só a minha opinião, tão valida como a de qualquer outra pessoa. Mas pelo o que vejo á minha volta, e com quem falo, vejo muita gente a concordar comigo, e nunca ouvi uma opinião sequer remotamente parecida com a que o caro anónimo proferiu. Interessante.

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  5. Este blog é uma inspiração de frontalidade e paixão pelo que fazemos, Karate.
    O Sensei não é treinador ou gestor de treino, o Sensei é alguém que através do seu carisma e experiência coloca arte paixão nas aulas que dá.
    Por isso é que no Karate não há "chicotadas" psicológicas, quando o sensei vai embora os seus alunos acompanham-no.
    Acompanham-no porque mais importante que as Organizações/Clubes/Dirigentes, o "nosso" Sensei quase que assume o papel de nosso guia. Ele é mesmo o mais importante.
    Entendo que por vezes as aulas sejam monótonas, mas isso faz parte integrante da nossa modalidade, é através da repetição que se atingem altos níveis de endurance psicológico que nos vai ser útil para a nossa vida. a pedagogia é uma ciência recente que nem sempre se aplica às artes marciais, qualquer professor de educação fisica ao ver uma aula de karate mais tradicional seria totalmente contra, onde estão os períodos de repouso? não bebem água? vão desidratar.... pois mas karate é uma forma de vida é uma arte de guerra, só os mais fortes psicológicamente ficam, os outros procuram outras facilidades, é a selecção natural.
    Este nosso bloguista anónimo não será por certo ainda um verdadeiro artista marcial, falta ainda maturidade para entender o detalhe e a essência de tudo o que fazemos no karate, mas estou certo que o seu Sensei será paciente, e quando estiver preparado olhará para estes comentários e verá como foram apressados os comentários e verá como já não fazem sentido

    Vosso amigo

    João Cardiga

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  6. Sensei Cardiga.
    Muito me honra, e certamente a todos os que acompanham este blog, o seu comentário!
    As suas palavras cheias de significado deixam-me profundamente comovido.
    Grande Abraço.
    Oss!

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  7. Talvez não seja a melhor pessoa para o fazer, pois sou pouco graduado e não me encontro (devido a estar a 400 km de distancia) a treinar com o Sensei Jordão neste momento, mas não consigo ser indiferente aos comentários do “Anónimo”, como tal quero deixar também o meu comentário:
    Como referi em cima sou um ex-aluno “novo”, que tive a honra de treinar Com o Sensei Jordão durante um ano e que terei todo o gosto de um dia poder voltar a treinar com este GRANDE MESTRE.
    Muito honestamente, penso que deverá ter havido um equívoco da parte do “Anónimo”, pois este não deve pertencer à mesma escola que eu pertenci, não deve praticar o Karaté que eu pratiquei e muito menos ser aluno graduado ou “mais velho” do Sensei Jordão, é que eu não vejo nenhum aluno “mais velho” a fazer um comentário destes no Bloge; muito menos ter a falta de Carácter (que é uma das nossas 5 máximas) de não assinar com a desculpa (ou cobardia) de não querer “criar rivalidades”, isto porque o Sensei Jordão (digo eu que treinei 1 ano com ele), está e sempre esteve disposto a ouvir criticas construtivas de qualquer aluno, quer graduado ou não, de modo a poder melhorar.
    Penso que o Sensei poderia até ter 100 escolas e que mesmo desta forma ele teria tempo para todos os seus alunos, porque para ele o Karaté é um estilo de vida e que é feito para todos. Em nenhum momento vi o Sensei deixar de prestar atenção a algum aluno e deixar de transmitir os princípios do Karaté.
    Outra das coisas que me custa a compreender o comentário do anónimo (e deste modo ter mais a certeza que isto não passou de um engano) é o facto deste dizer que o modo como são dadas as aulas são uma seca - porque sendo eu iniciado, o facto de haver tantas repetições é que poderia ser uma “seca” para mim , mas nunca achei! Muito pelo contrário, sempre gostei bastante da maneira como as aulas eram dadas e posso afirmar que durante o tempo que treinei nunca tive uma aula igual.
    Para finalizar, apesar de ter ficado muito para dizer, quero recordar ao “anónimo” que um bom professor (ou um aluno com mais conhecimentos - “mais velho”) procura passar mais tempo ao pé dos alunos com mais dificuldades ou com menos conhecimentos, isto para eles crescerem e poderem fazer o mesmo à medida que o tempo passa - nunca vi ninguém a aprender a ler sozinho, mas já vi pessoas a escreverem livros depois de aprenderem a ler! – Um aluno mais velho deve ser mais autónomo, quer no Karaté, quer na vida!

    Um grande abraço a todo o grupo,

    Ass. Marco Patrício

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  8. Com ou sem agrado já disse o que tinha a dizer sobre o assunto, deixando a minha opinião noutro comentário.
    Oss

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  9. Marco.
    Muito obrigado pelas tuas palavras.
    Oss!

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  10. Como é que se evolui no karaté, não é através das várias repetições?
    Quantos tzukis e gedan-barais já fizemos ao longo de tantos anos? Milhares? Milhões?
    E pergunto eu ao anónimo: por acaso já os consegue executar correctamente?...pois! eu ainda não os consigo executar correctamente.
    Não é através da quantidade de repetições que se mede a qualidade de um Sensei e dos seus dojos, mas sim da mensagem que o Sensei transmite e se realmente são necessárias as repetições, então elas que venham. O objectivo é melhorar.
    Não conheço a forma como os treinos do Sensei Jordão são dirigidos. Mas uma coisa sei eu: a palavra do Sensei é inquestionável, nomeadamente, em comentários publicados.
    Se o karateca anónimo tinha alguma questão pertinente a fazer ao seu Sensei, deveria te-lo feito directamente sem se fazer passar por anónimo. Estou certo que o seu Sensei o orientaria, que é para isso que Sensei existe.

    OSS

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  11. Tenho a honra de treinar com o Jordão! Treinei muita coisa na vida e aqui onde eu ganhei raízes e gosto em ficar. Gosto bastante dele e admiro-o por ser alguém que está sempre a sorrir e estar sempre ao nosso lado. Dou-lhe enorme crédito no seu carisma. Sei que ele olha para as opiniões, pois eu já expus-me aqui sobre a falta de equilíbrio entre kumite e kata, o jordão ouviu e encontrou o equilíbrio! No entanto tenho que avaliar os seus treinos à parte.

    Respeito as vossas opiniões de velha guarda. No entanto, o teste psicológico remete-se mais a outros campos que não repetir 500x o mesmo. Porque não intercalar séries entre exercícios? Torna-se menos monótono e estimula-nos mais fisicamente e psicologicamente. São estes conhecimentos da nova guarda - que eu vou acompanhando - que se pode implementar com bom senso de escolha. Uns aplica-se outros não. Ex: discordo na parte de beber água e de ter grandes intervalos.

    O que falta principalmente é: ritmo! Perde-se ritmo a fazer a mesma coisa 500x, daí sugerir séries. Para o lado dos mais novos, é bom, muito bom. Para os mais velhos, eles querem algo mais vocacionado para eles, não ignoro a necessidade de treinar a base, mas discordo de eles treinarem tantas vezes quanto os mais novos. Daí sugerir separar os treinos que já ouvi falar que houve outros a sugerir. E não se enganem, eu aguento os exercícios até ao fim por muito que seja maçador para mim. E continuo a vir treinar. Não me importava (nada!) de passar o treino em kiba dachi desde que tivesse ritmo se não passasse por exercícios sempre iguais.

    O Jordão escreve artigos interessantíssimos sobre a filosofia de karaté e leio-os! Pode ser que um dia perceba a real essência e detalhe. Nos meus 17 anos, tenha uma opinião de quem quer explosão e exaustão. Se fosse mais velho quereria outra coisa. No entanto não sou pessoa de quereres. Respeito a vossa filosofia. O que deixo aqui é o desejo de criar ritmo ao velho karaté - que respeito e admiro em vários pontos (não todos).

    Li de novo o meu comentário e exagerei a minha linguagem em relação aos 4 dojos e á qualidade do dojo. Peço desculpa, exagerei e não irei fazer desculpas. Apenas choca-me saber que quem dá os treinos são cintos castanhos ou pretos sem grande experiência a ensinar. Não sou eu que vou questionar.

    Pode ser que todos os dojos sejam assim. No entanto este aqui é o que disse: Falta de ritmo.

    Sei que muitos conhecem-me, posso até ser novo mas tenho maturidade suficiente para saber o que sinto em relação a alguns pontos nas aulas. É a minha opinião, vejam-na como moderada. Preocupo-me pois vejo mais pessoal da minha idade a sair.

    Sem mais demora,
    Bruno Henriques

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  12. Bento.
    As tuas palavras são muito importantes e estão cheias de significado!
    Obrigado por partilhares a tua opinião.

    Bruno.
    Sei que um dia vais compreender o karaté, este que fazemos, o karaté JKA! Não o das medalhas, dos troféus, dos pódios, porque esse é outro karaté.
    Praticamos uma arte de auto-conhecimento, mais profundo, mais difícil de atingir.

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  13. Boa noite Bruno, todos nós já tivemos 17 anos, neste momento estamos num patamar de observação diferente.
    Com a idade ganhámos em qualidade abstendo-nos de tudo quanto é supérfluo. Vou dar-te um exemplo: durante um treino no dojo onde habitualmente treino, segui um pingo do meu suor que se esbateu no soalho velhinho do hoitsugan, questionando-me quantos pingos de suor de grandes mestres se teriam derramado nesse mesmo espaço, fruto do esforço e dedicação.
    Estaria eu à altura de tal acontecimento?
    É este o meu karaté apoiado nas cinco máximas que nunca devemos descurar, e que são muito mais abrangentes do que se pensa. Espero que tenhas percebido a mensagem.
    Para terminar, conseguir comentários de Sênseis como o Sensei João Cardiga e Sensei Jordão não está ao alcance de todos, espero que os tenhas aproveitado para intervenções futuras.

    Um abraço amigo,
    Jorge Quintela

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  14. Jorge.
    Muito obrigado pelo teu comentário.
    Quantas vezes dou por mim a pensar quantas mais gotas temos para derramar?!
    A cada dia que passa recordo as palavras que me diziam no serviço militar: a glória conquista-se com sangue, suor e lágrimas.
    Oss!

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  15. Jorge Quintela, penso que percebi a sua mensagem! Muito obrigado!

    Abraço
    Bruno Henriques

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  16. Vou deixar a minha humilde opinião em relação a estes comentários sobre os treinos:
    Acima de tudo acho que todas as opiniões aqui expressas são de muito valor! Este espaço é dedicado a este livre e saudável "confronto" de ideias e opiniões.
    Fico muito satisfeito por ver que no fim de tudo isto apenas vejo uma possivel conclusão:
    todos gostamos e respeitamos o Karate, e todos nós queremos evoluir e ser Mestres de nós próprios!
    É muito gratificante ver que pessoas como por explo o Sensei Cardiga, venham ao blogue ajudar-nos com o seu comentário. Tanto no Karate como na nossa vida, aprendemos todos os dias, e isso deve-se ao facto de repetirmos vezes sem conta uma coisa fundamental!!!! Ser-mos inteligentes e querer-mos sempre mais. Aproveito para saudar todos os intervenientes e agradecer ao Karate na pessoa do jordão, por juntar tantos apaixonados pela modalidade. Sem isso não havia blogues nem coisa nenhuma.

    Oss

    Luis C. Alves

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  17. Eu só queria acrscentar mais um ponto a tudo o que já foi dito. Um ponto, que de certa forma, me toca a mim... O facto de haver cintos castanhos e cintos negros, sem experiência, a dar aulas. Gostava de saber como é que se ganha experiência a dar aulas, sem ter que passar pela inexperiência? E até parece que dar aulas é fácil, para quem está de fora a ver. Mas facto, não é... É do mais dificil que já alguma vez fiz, temos que conseguir transmitir o espírito do karate, explicar as técnicas, dar o corpo e a alma á aula e conseguir que o praticante o sinta e se empenhe. Temos que perceber o que estamos a fazer, temos que criar uma linha directoria nos exercicios sempre a pensar no objectivo principal... não é chegar á aula e despejar matéria. Não é nada, nada fácil. E, infelizmente, experiência não se vende em pacotes..
    Quanto aos 500 tsukis..pratico karate, apenas há 9 anos, e posso dizer que agora sinto os meus tsukis, agora sim, começo a sentir a tecnica...
    Em 500, quantos foram executados com perfeição?

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