segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Nós, os da província



Ontem à noite, na companhia do Sensei António Mota, de quem tenho fortes laços de amizade, em jeito de encerramento do Estágio de Verão, jantámos na Praia do Pedrogão.

Como sempre, e para não fugir à regra, as nossas conversas andaram à volta do karaté!

É giro constatar que o nosso grande problema (Leiria – Marinha Grande – Monte Real) é o mesmo problema deles (Açores)! E é identificado rapidamente, distância dos “centros de comando”. Podia chamar qualquer outro nome, mas optei por inventar este.

Muitos colegas nossos não se apercebem da sorte que têm em poder treinar diariamente com os Instrutores Seniores. Eles dão esse facto como um dado adquirido e esquecem-se que nós, os da “província”, estamos, em muitos casos e nessa área, desamparados.

Mas a distância e a localização dos Açores é mais gravosa. As viagens obrigam a despesas avultadas e a despender bastante tempo. E em tempo de vacas magras, e crise atinge-nos a todos (!), não é fácil arranja verbas para minimizar o isolamento de alguns dojos. E há pessoas a pensar que a malta da aldeia está cheia de dinheiro e tem montes de apoios! Gostava de ver muito boa gente a abrir um dojo nestas zonas…

Nós, com a carolice e um grande esforço, lá vamos minorando a dificuldade. Lá diz o ditado, quando Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé, e mensalmente temos conseguido trazer o Sensei Pula para dar aulas nos dojos desta zona do país. Bem, depois é o esforço de cada um, mas temos, uns mais que outros, marcado presença todos os meses no Hoitsugan e nas actividades associativas regulares (treinos de instrutores e de competição, estágios regionais e nacionais, cursos da JKA-Potugal, curso no Japão, e, quando somos convidados, em algumas aulas “especiais”).

Nos Açores já há um grupo significativo de instrutores que se apoiam uns nos outros e esse, parece-me a mim, é o grande trunfo. Apesar de todas as contrariedades a verdade é que, têm um excelente nível técnico e são uma referência no panorama do karaté nacional. Parabéns!

A difícil luta contra o isolamento será eterna, mas nunca nos vai demover de continuar a praticar o karaté.

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