quinta-feira, 10 de março de 2011

DoGi

Durante muitos anos ouvi histórias sobre o dogi do karaté. Histórias sobre significados, interpretações, valores, etc…

Este fim-de-semana o Sensei Abel Figueiredo falou, entre outros factos interessantíssimos, sobre um pouco dessa história.

Fiquei curioso e tentei pesquisar na net um pouco mais. Encontrei pouca informação, mas após algum pensamento sobre essa matéria e constatação de algumas informações parece-me completamente credível a narração do Sensei Abel.

O karaté, na sua origem – a nível de tempo e a nível de local (Okinawa), era praticado com as roupas usadas no dia-a-dia. Roupas essas que estavam adequadas ao quotidiano de Okinawa, um conjunto de ilhas quentes o ano inteiro. Logo, seriam calções e uma espécie de t-shirts. Aliás, existem várias fotos dos karatecas e treinarem vestidos dessa forma. Não havia sequer qualquer preocupação nas cores, basta ver fotos desses tempos. Aliás, existem fotos do próprio Sensei Funakoshi em tronco nú.

Com a ida do karaté para a ilha principal do Japão houve a necessidade de implementar um uniforme. Claro que o Sensei Funakoshi podia ter escolhido um gi original, no seu formato e cor. Mas não, adoptou o “fato” do Judo, este facto, por si só, demonstra a sua enorme humildade!

Deixem-me dizer, há relatos que indicam ter sido o Sensei Jigoro Kano a emprestar um Dogi ao Sensei Funakoshi para a demonstração do karaté em Tokyo! E assim nasceu o dogi da nossa arte. O karaté deve muito ao Judo, pois o seu Grande Mestre Jigoro Kano foi fundamental na implementação da nossa arte no Japão, entenda-se na ilha principal.

Claro que o gi do Judo foi-se adaptando às nossas necessidades. Os tecidos passaram a ser mais finos, pois não temos os agarros do Judo, e o corte sofreu melhoramentos, para um melhor desempenho.

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