sábado, 1 de janeiro de 2011

2011

Há uns tempos atrás via os anos de dois mil e tal como muito distantes... Mas o tempo não parou e eis que já estamos em 2011!...
A chegada de cada novo ano faz-nos acreditar que desta vez é que é a valer. Não vamos desperdiçar mais um ano e temos de o aproveitar para cumprir os nossos desejos sempre adiados.
Para este novo desafio, de 2011, só queria ter a coragem para dar o passo em frente. Mas há tantas condicionantes e laços que se criam...
Sobre este mesmo assunto, e sei que para alguns estou a escrever meias palavras, deixo mais um conto que vem mesmo a calhar.
Feliz ano novo para todos.

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Atire a vaca no precipício
Certa vez, quando o Mestre e discípulo peregrinavam por distantes pastagens, foram acolhidos por uma família pobre, muito simpática, mas que vivia em condições miseráveis.
Embora fossem boas pessoas, os seus recursos materiais eram muito limitados. Sustentavam-se, graças a uma vaca magricela que fornecia o leite para se alimentarem e o pouco que sobrava, vendiam para ganhar uns trocos. Na hora da despedida, o discípulo com pena daquelas pessoas tão simpáticas, perguntou ao mestre se não podiam fazer nada por eles. O sábio Mestre disse-lhe:
- Atira a vaca no precipício.
- Mas Mestre...
- Atira a vaca no precipício ou desaparece com ela! - disse o Mestre.
O discípulo, sem compreender a intenção do Mestre, cumpriu os seus desígnios ainda que muito contrariado. E assim, a família ficou sem a vaca.
Os anos passaram-se e o discípulo, cheio de remorsos pelo que fizera, não voltou a ter paz. Para se redimir, decidiu então, pedir perdão à família e resolveu voltar àquela região. Mas, para seu espanto não conseguiu reconhecer a região. Onde antes havia uma região árida, encontrou terras cultivadas. Próximo de onde estava o casebre, encontrou um palacete. Angustiado, supôs que a família fora obrigada a vender a casa e o terreno, pois já não tinham a vaca para sobreviver. Aproximou-se da bela casa e encontrou os seus proprietários no jardim, divertindo-se. Para seu espanto, verificou que estas eram as mesmas pessoas que antes encontrara, agora com uma aparência mais saudável e feliz. Sem entender nada, o discípulo perguntou que milagre tinha ocorrido naquele lugar. Com um sorriso no rosto, o pai respondeu:
- Milagre, nada! Um dia, a nossa vaca desapareceu. Tivemos de procurar um novo meio de subsistência. Trabalhámos muito e procurámos formas alternativas. Ao longo dos tempos, fomos prosperando.
Então, o Discípulo compreendeu a sabedoria do Mestre.

1 comentário:

  1. Não acredito que, o nosso sensei, que nos faz acreditar que podemos ir mais além, precisa que lhe roubem a vaca...
    Compreendo que, em determinada altura da nossa vida, se dê uma consideração acrescida, aos laços que se criam..mas todos os laços têm pontas, por alguma razão...

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