domingo, 2 de janeiro de 2011

Keiko Osame

No Japão, nesta fase do ano, há algumas tradições nas artes marciais, que as escolas de karaté fazem questão de registar e dar ênfase: keiko osame, keiko hajimé, kagami biraki e kan geiko.
Em grosso modo podemos dizer que:
O Keiko Osame é o último treino do ano.
O Keiko Hajimé é o primeiro treino do ano.
O Kagami Biraki a cerimónia da abertura do espelho.
O Kan Geiko é o curso de inverno.
Nos Açores, os Sensei António Mota e Paulo Telheiro, aproveitaram o último treino de 2010, reuniram alguns dos praticantes e cumpriram esta importante tradição. Mais uma excelente acção do grande grupo daquele arquipélago.
A realização destes treinos especiais são realmente relevantes e quem os faz demarca-se, pela positiva, de todos os outros. Por vezes é preciso tão pouco para fazer muito. Não podemos estar sempre à espera que nos façam e ofereçam tudo, basta ter um pouco de imaginação e obtemos resultados extraordinários.

««»»

Cortar Lenha
Um jovem com grande habilidade e rapidez no corte de lenha, procurou um mestre, o melhor cortador de lenha da região e pediu para ser aceite como seu discípulo, a fim de aperfeiçoar os seus conhecimentos. O mestre concordou e começou a ensiná-lo. Não se passou muito tempo, até o discípulo julgar ser melhor que o mestre, desafiando-o para uma competição em público. Tendo o mestre aceite o desafio, tudo foi marcado, preparado e teve início a competição. O jovem trabalhava no corte da lenha sem parar, e, de vez em quando, olhava para conferir como estava o trabalho do mestre.
Para grande surpresa do jovem, o mestre encontrava-se muitas vezes sentado, tendo isto ocorrido durante toda a competição. E isto, fortaleceu ainda mais a determinação do jovem, que continuou a cortar a lenha e a pensar:
- Coitado, o mestre realmente está muito velho...
Ao término da competição, foram medir os resultados, e o mestre havia cortado mais lenha que o discípulo. O jovem indignado disse:
- Não consigo entender, não parei de cortar lenha o dia todo, com toda a minha energia, e cada vez que eu olhava o senhor estava a descansar!
O mestre respondeu:
- Não meu jovem, eu não descansava apenas. Eu amolava o meu machado. Tu, tão empolgado estavas em cortar mais lenha, que te esqueceste desse pequeno detalhe. Afiar o teu próprio machado! E por isso, a tua produtividade caiu e tu perdes-te.

2 comentários:

  1. Caro Jordão:

    Um dos males do nosso Karaté é nós (treinadores e praticantes) não estarmos preocupados em amolar o nosso machado... ou em alternativa não termos a coragem de amolar o nosso machado!

    Um abraço e continua! Com este blog tu já vais amolando o teu machado...

    ResponderEliminar
  2. Sensei.
    Obrigado por toda a força que me tem dado.
    Um grande abraço.

    ResponderEliminar