Muitos de nós, e por não termos ainda dispendido algum tempo a pesquisar as origens do karaté, pensamos tratar-se de uma arte marcial recente.
O karaté foi desenvolvido, devido às características político-sociais, em segredo e os seus conhecimentos transmitidos pessoalmente aos alunos. Ninguém arriscava escrever sobre o assunto, sabendo que tais documentos podiam cair nas mãos erradas e provocarem graves problemas às famílias dos mestres e praticantes.
Mas há um facto importantíssimo na história do karaté. A fixação na aldeia Kume, do reino de Chuzan (actual região de Naha), Okinawa, das designadas 36 famílias de chineses mercadores.
Em 1392/3 (há mais de 700 anos!), estas famílias de funcionários oficiais chineses, enviados pelo Imperador Ming, tinham, entre outras, a missão da escrita oficial da ilha, mas também a partilha de conhecimentos de diversas artes e ciências.
Ora, para exibirem poder, manterem a ordem e a própria capacidade de auto-defesa, praticavam boxe chinês, Shaolim Zu Kempo e Chuan-fa.
Com o passar do tempo o ensino de artes marciais estabeleceu-se, até porque naquelas ilhas já se praticava um sistema comum de luta, conhecido por “ti” ou “te”. Assim novos conhecimentos marciais, chegados por estas 36 famílias, influenciaram o sistema já existente.
Estabelecidos contactos comerciais entre os locais e este grupo de chineses, algumas famílias japonesas mais abastadas e aburguesadas, incentivados por estes novos vizinhos, enviaram seus filhos à China para completarem a sua educação. Chegados ao continente chinês também aprenderam e aperfeiçoaram os métodos de luta tão populares naquele imenso país e levaram de volta às ilhas Ryukyu (actual Okinawa) a influência destas artes marciais.
Estas 36 famílias foram, sem qualquer dúvida, um marco relevante na história do karaté.
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