Nas associações de karaté tem de haver, entre muitas outras coisas, um entendimento perfeito entre o conselho técnico e a direcção. Bem, a mesma ideia estende-se aos clubes e a outras colectividades ligadas à nossa arte.
A política da direcção não pode estar dissociada das intenções do conselho técnico e vice-versa. Caso contrário começam haver atritos que rapidamente podem tomar outras proporções e causar enormes mal-estares.
Todos nós sabemos que, no karaté, pela herança recebida do Japão, o funcionamento institucional é um pouco diferente de todo o resto. Trabalhamos numa estrutura mais vertical e não numa linha horizontal. Penso que, aqui reside o sucesso de países como o Japão, em detrimento dos modelos europeus, e o resultado está à vista de todos, com crises sucessivas e profundas nos nossos países, mas isso são outras conversas.
O conselho técnico e direcção, devem, na minha opinião, ser dois braços de um mesmo corpo e não membros comandados por cérebros diferentes. Mas como em tudo na vida, tem de existir alguém a liderar (cérebro) todo o projecto e colocar em funcionamento todo o corpo.
Agora, encontrar pessoas que gostem de trabalhar em equipa é, a cada dia que passa, mais difícil. Mas, neste momento, fruto da nossa própria educação, as pessoas acham estarem sempre certas, não aceitam críticas e preferem trabalhar de forma isolada.
Nas associações, em tempos de eleições para a direcção, podem haver tensões. Por vezes, esses momentos servem para nos conhecermos melhor uns aos outros. É nas fases difíceis que nos ficamos a conhecer, pois aí mostramos quem somos na verdade.
Tantas vezes, por uma deficiente gestão pessoal, há roturas depois das eleições. É necessário gerir estes momentos com extrema sensibilidade, pois somos poucos, e todos fazemos falta, para levar o karaté ao mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário