“Como o espelho límpido que reflecte a imagem sem distorção ou o vale tranquilo que repete o som, assim também deve o praticante do karaté purificar-se do egoísmo e dos maus pensamentos, pois só uma mente pura pode compreender, sem distorções, o que recebe.”
Num sentido mais profundo, quando falamos do kara (vazio), referimo-nos a um estado mental e não físico. Conseguir esvaziar a nossa mente é o nosso objectivo maior, mas só o treino intenso nos pode levar lá.
Não é por acaso que no final do treino nos sentimos melhor. Durante as aulas, e quanto maior for a intensidade melhor (!), não temos tempo para pensar nos assuntos banais da nossa vida. Ao empenharmo-nos no karaté, que não tem espaço para vaidades e ambições, o nosso espírito torna-se limpo e purifica-se, razão pela qual nos sentimos melhor no final de cada classe. Mas, para isso, é necessário entregarmo-nos de corpo e alma à arte.
Este é, para mim, o verdadeiro karaté. Todo o resto vale o que vale.
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