A Federação Nacional de Karaté – Portugal (FNK-P) está, ou aparenta estar, a cada dia que passa, virada para o karaté desportivo.
Mas, como em tudo na vida, há quem defenda este tipo de karaté e há os quem nem podem ouvir falar dele. Poucos são os não concordam mas toleram…
São assuntos sensíveis, pois as opiniões tendem a extremar-se!
Pessoalmente, sou defensor do Karaté Budo. Custa-me a ver algumas coisas a que chamam Karaté, mas a vida é mesmo assim.
A tentativa de colocar a nossa arte nos Jogos Olímpicos está, a meu ver, a desvirtualizar por completo o karaté. É claro que seria uma mais-valia e todos saiamos a ganhar com tal entrada! Mas qualquer meio justifica o fim? Bem, há que fazer contas à vida…
Levanto este assunto por ter recebido um mail sobre tema bem quente.
Contudo há aqui um aspecto que quero focar. Os problemas do karaté devem ser tratados nos locais próprios! Falo, por exemplo, nas assembleias gerais. Lidar com estes problemas na praça pública não fica bem a quem quer que seja!
Aqui fica o vídeo que recebi. Cada um deve tirar as suas próprias conclusões.
Caro Jordão
ResponderEliminarComeço por te desejar, e aos que estão contigo, uma estada muito frutuosa em terras do Sol nascente. Sou dos que ficam desiludidos com esse tipo de espectáculos, não consigo verdadeiramente aceitá-los e fico pasmado ao ver que a fnkp perde tempo e dinheiro com estas "coisas". Não percebo.
E tenho por certo que a entrada do Karate nas Olimpíadas será um desastre, pelo menos para aqueles que querem manter uma via que não reduza e/ou submeta o Karate à perspectiva desportiva: é que então irá ser muito difícil manter um Karate que não se reduza ao jogo desportivo, as pressões serão muito maiores...
Abraços
Carlos Camelo
Amigo Carlos.
ResponderEliminarObrigado pelo teu comentário.
Um grande abraço!
Quanto ao conteúdo do vídeo posso afirmar que concordo e sublinho cada palavra escrita por cima dessas imagens lamentáveis e que no meu ver, em muito e quase tudo desprestigiam imenso a nossa arte tão peculiar e fantástica! Espero que as coisas mudem, porque senão vou deixar de olhar para a FNK-P como gostaria que ela fosse, única e uma federação de louvor, um modelo único por excelência. E como eu surgirão muitos e muitos mais, basta abrir os olhos, a essência não está em fazer cambalhotas e agarrar num pé e esticar-se uma perna,..é lamentável!
ResponderEliminarOSS.
Bom...voltamos à velha questão da competição vs tradição. Se bem que seja contra este "estilo" de karaté não posso deixar de notar uma coisa: será que lá fora é assim tão diferente? E se por outro lado lá fora fazem o mesmo (tal ginástica), fazendo nós o contrário não estaremos a remar contra a maré?
ResponderEliminarParece-me a mim que isto não é só um problema nacional, (tal como o vídeo tenta demonstrar) mas sim um problema que assume proporções internacionais.
A meu ver vamos mais uma vez assistir a uma divisão do karate, ou então ao fortalecimento de algumas minorias.
Não quero que me entendam mal, nem estou aqui minimamente a defender o trabalho de ninguém. Diria que existe muito trabalho no que toca a esta matéria, mas como é normal as opiniões vão divergir e muito.
Abraço Grande mano
Bons treinos
Obrigado pelos vossos comentários.
ResponderEliminarDesculpem a minha falta de tempo e de net, mas prometo que vou escrever uma série de artigos muito em breve.
Pois assuntos sobre o nosso karaté não faltam.
Oss!
Caro amigo José Jordão:
ResponderEliminarInstitucionalmente o Karaté é um desporto: prova-o a existência de uma Federação, o estatuto de UP e o apoio que lhe é dado pelo IDP.
Tenho defendido que actualmente não é uma arte marcial (http://karatedopt.blogspot.com/) nem um desporto de combate, mas sim um desporto de contacto corporal directo - o que tenho também fundamentado, nomeadamente no 2º Congresso da Artes Marciais e Desportos de Combate em Viseu, em 2009.
Se o pretendemos praticar de uma ou outra maneira (modo, via) a opção é de cada um.
Penso que haverá na Federação espaço para ambas as situações desde que se queira... mas como disse um político, quando os de cima não querem e os de baixo não podem...
E nós não podemos por quê?????
Eu manifestei-me ao demitir-me do cargo de Director do Departamento de Formação!
Quando ao vídeo a sua própria realização é lamentável! Utiliza-se um logo que está registado... ridicularizam-se situações... tenta-se humilhar pessoas... mas de construtivo nada!
Concordo com o Carlos Camelo, pois um Karaté Olímpico provavelmente iria originar mais perversidades no seu seio... mas não é necessário submetê-lo só à perspectiva desportiva.
Mas porque não pode haver Kata artística como expressão corporal? O essencial é que se demonstre a existência da sua Bunkai e que o painel de avaliação não sejam só os seleccionadores regionais... quem sai prejudicado são os competidores, nada mais!
A modalidade, essa pode - e deve - evoluir.
Quando o Karaté cá chegou, vindo do Japão, nós já cá estávamos. Tinhamos o jogo do pau e os pauliteiros de Miranda.
Será que não podemos ter mais nada?
Grande abraço
Armando Inocentes
Sensei Armando, muito obrigado pelo seu excelente comentario.
ResponderEliminarTambem nao concordo com os julgamentos na praca publica! Os nossos problemas devem ser resolvidos na nossa casa.
A FNK-P, no meu entender, devia apoiar o Karate Budo. Nao tenho dados concretos, mas penso que a esmagadora maioria dos seus filiados esta nessa linha.
Poucos sao os competidores, e dentro deste grupo muitos vao as provas apenas para participar.
A competicao e necessaria, mas assim nao me parece ser o mais correcto.
(desculpem a falta dos acentos, mas este computador nao tem!)
Oss!
A sociedade, hoje, é convencionada por modismos que invadem o cotidiano das pessoas, influenciando e ditando regras e modelos de comportamento que muitas vezes não condizem com a realidade do indivíduo, obrigando-o a aderir a um estilo ou posicionamento qualquer que objetive aceitação pelo grupo social ao qual pertence ou queira pertencer. Isso acontece independente de personalidade, pois, a coerção de certos grupos de interesse impera e rege as tribos existentes.
ResponderEliminarDiante da facilidade de acesso a informações, o papel da mídia é, com certeza, incisivo no comportamento social e ideológico do indivíduo, divulgando a “cultura do ter e do descartável” de forma avassaladora e irresponsável; criando e impondo tendências e exterminando a individualidade a cada modismo pré-estabelecido, onde, na maioria das vezes, estão muito distantes dos verdadeiros pricípios daquilo que somos. A idéia de uma imagem a ser seguida, tida como padrão de beleza ou comportamento é cada vez mais explorada e as pessoas passam a necessitar de representações ditadas por outros, como forma de obter algum referencial para sua existência. Os conceitos são facilmente modificados e o modelo a ser seguido acaba sempre por valorizar o igual. O excesso de informações também é um sério problema, pois o acesso é tão fácil e rápido, que um turbilhão de conhecimentos é despejado diante das pessoas a cada minuto, não sendo possível avaliá-los com total veracidade e consistência, gerando confusão quanto ao necessário e o supérfluo, o valor permanente e o desejo momentâneo. Esta falta de valores e parâmetros que remetem à construção da própria identidade dp Karate faz com que, cada vez mais, as pessoas necessitem tomar para si algo que não é propriamente delas. Quem perde é o próprio Karate e a sociedade em geral, que não está sendo composta por sujeitos responsáveis, críticos e senhores dos próprios desejos, e o conceito de identidade acaba sendo construído sob uma base frágil e privada de autenticidade, onde o valor maior é o “ter” e não o “ser”. Em meio a esta situação, o indivíduo perde-se dentro de seus próprios conceitos de beleza, resultando na distorção de valores, diluição da concepção de pricípios e conseqüentemente a perda da própria identidade, onde, talvez, a única forma capaz de reverter esta situação seja uma reavaliação de valores – uma ressignificação, baseada no âmago da essência do Karate.
Filipe.
ResponderEliminarMuito obrigado pelo teu excelente comentario, que mostra bem quem es!
Grande abraco!
Oss!